O governador Mauro Mendes (DEM) voltou a lamentar a falta de articulação por parte do Ministério da Saúde na condução da pandemia de coronavírus. Em entrevista à CNN, o gestor apontou, no entanto, que o Palácio do Planalto já mostra sinais diferentes nos últimos dias, incluindo a saída do militar Eduardo Pazuello para entrada de Marcelo Queiroga.
“O consumo de oxigênio, que é um dos principais insumos, nos hospitais, na UTI, nas enfermarias, dobrou em algumas regiões, triplicou, quintuplicou. Aquilo que vimos acontecendo em Manaus, hoje acontece em todas as regiões brasileiras. Faltou articulação central. Por mais que alguns estados se esforcem, sozinhos não têm capacidade de conversar com os fabricantes, criar um plano nacional de contingência. Hoje, estamos com essa dura realidade”, comentou o governador.
“Eu vejo com bons olhos alguns sinais diferentes que surgiram no Planalto nos últimos dias. O próprio presidente está se envolvendo um pouco mais. Houve reconhecimento claro de que existe uma crise forte no país, do dano que o coronavírus está provocando na saúde dos brasileiros e, obviamente, do dano na economia. Sem saúde, não há economia. Então, vejo com bons olhos. Parece que houve um despertar para essa necessidade de ter articulação central, acreditar na doença”, completou o governador de Mato Grosso.
Mendes criticou ainda que algumas lideranças estão com foco nas eleições de 2022 e afirmou ainda que espera que isso mude nos próximos meses. “O que não podemos ter é um líder que não se importa com o grave problema que temos. O que espero, não só como governador, mas como cidadão, é que os nossos líderes sejam capazes de conversar. Colocar o interesse da nação em primeiro lugar e trabalhar muito para vencer a crise. Trabalhar em uma única direção. Sem ficar pensando em 2022. É momento de canalizar nossas competências para produzir resultados”, finalizou.
Conforme Só Notícias já informou, Mauro Mendes anunciou, hoje, mais medidas para tentar frear a contaminação pela Covid e, nos próximos 15 dias, fica proibido o consumo de bebida alcoólica nos locais de venda, ainda que dentro dos horários permitidos para funcionamento. A intenção é evitar aglomerações em bares e lanchonetes. Além disso, cidades com risco muito alto de contágio deverão implementar quarentena obrigatória.