O governador Mauro Mendes (DEM) disse abertamente que prefere manter seu vice, Otaviano Pivetta (PDT), no governo do que “perdê-lo” para o Senado. A declaração foi em tom elogioso, mas também estratégico para não comprometer o arco de aliança que sustenta o seu governo e que está cheio de partidos com intenção de concorrer à vaga aberta com a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos). Pivetta se antecipou e se lançou como pré-candidato, em dezembro. Pela posição dentro do governo, ele quase que cria uma obrigação de apoio por parte de Mendes, que se equilibra entre aliados como Carlos Fávaro (PSD) e até com nomes dentro do Democratas.
“O Pivetta já conversou comigo e eu sempre fui e sou uma pessoa que respeita a vontade das pessoas. Se for um desejo dele concorrer ao Senado, eu saberei respeitar esse desejo. O meu desejo é que ele continue [como vice-governador]. Ele é um grande companheiro, é um grande político, uma pessoa honesta, dedicada e que tem contribuído muito com o governo, mas se for um desejo dele eu saberei respeitar isso. Por enquanto nós temos que aguardar o andar da carruagem para poder tomar definições”, declarou Mauro Mendes.
A cautela nas declarações em relação à eleição suplementar é costumeira em Mauro e tem dito, reiteradamente, que só se posicionará quando os processos eleitorais estiverem definidos e dentro dos prazos estabelecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral que se reúne no próximo dia 22 para marcar a data da eleição. Com isso, ele diz que pretende não interferir no processo usando seu prestígio como governador e que se mantém focado na administração de Mato Grosso.
“Eu tenho muitas ações reais e concretas no dia-a-dia e não preciso perder o meu tempo fazendo ainda especulação política. Nós não sabemos, verdadeiramente, quem serão os candidatos e quando a eleição vai acontecer de fato”, completou.
Dentre as especulações citadas por Mendes, está o nome de Carlos Fávaro, ex-vice-governador de Mato Grosso que concorreu ao Senado por sua chapa, ficando em terceiro lugar e que motivou o processo que terminou com a cassação de Selma Arruda. Atualmente ele é chefe do Escritório de Representação em Brasília e sonha com um novo apoio do governador.
Foi Fávaro que conseguiu uma declaração de Mauro Mendes que parece mais próxima de um apoio. Em dezembro, conforme Só Notícias informou, o governador disse que gostaria de manter a “coerência” em relação às eleições de 2018 e, no finzinho do ano, o governo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para que Fávaro assuma o cargo durante a vacância.
Outro problema para Mauro Mendes é seu próprio partido. No Democratas, o ex-governador Júlio Campos trabalha para ter sua candidatura aprovada e Dilmar Dal Bosco também é mencionado. O MDB, que estava quieto, também começa a se articular e busca um nome da baixada cuiabana para apresentar. O PSDB cogita lançar Nilson Leitão que foi candidato no pleito passado e ficou em 5º.