O governador do Estado, Mauro Mendes (DEM), disse que é a favor do voto impresso nas próximas eleições. A discussão tem se intensificado nos últimos meses, após o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), questionar a segurança do sistema eletrônico de votação.
“Eu defendo o voto impresso. Primeiro, que essa celeuma não é tão importante. É igual ao cartão de crédito, você não quer ver o ticket para ter certeza? Claro que quer. Então, vou ver se o voto que digitei é aquilo mesmo. Cai na urna, se precisar auditar, audita. Se não precisar, não vai auditar”, afirmou Mauro, em entrevista à TV Cidade Verde de Cuiabá.
O governador de Mato Grosso, por outro lado, ressaltou que não é favor de radicalismos e que há discussões mais importantes para o país. “Vamos acabar logo com isso. Vamos discutir como gerar emprego, como fazer o Brasil crescer, como diminuir as desigualdades sociais nesse país, que são gigantescas, melhorar a saúde, melhorar a segurança. Essa é a boa discussão. Então, voto impresso, ok. Estou fechado com o Bolsonaro nisso, estou fechado com os bolsonaristas, estou fechado com qualquer cidadão que queira combater corrupção”, disse.
Conforme Só Notícias já informou, no último final de semana, alguns grupos protestaram em Sinop a favor do voto impresso e “auditável”. As manifestações ocorreram após Bolsonaro voltar a defender a utilização do voto impresso nas eleições, em uma live na semana passada. Durante a transmissão, foram apresentados vídeos de eleitores que foram às urnas em eleições anteriores apontando supostos indícios de fraudes na utilização da urna eletrônica.
A atitude do presidente resultou na abertura de um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A investigação vai apurar fatos que podem configurar abuso de poder econômico e político, propaganda eleitoral antecipada, uso indevido dos meios de comunicação, fraude e condutas vedadas a agentes públicos.
Além disso, o plenário aprovou documento assinado pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro. No documento, que foi endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, Barroso pede a apuração de “possível conduta criminosa” relacionada à live transmitida pelo presidente. Moraes é relator do inquérito que apura divulgação de informações falsas e ataques ao STF.
Esta semana, todos os 15 ex-presidentes do TSE, desde a promulgação da Constituição de 1988, assinaram nota em que defendem a lisura e a segurança do atual formato das eleições no Brasil, realizado por meio da urna eletrônica. O documento foi assinado também pelo atual presidente, ministro Luís Roberto Barroso, e por dois futuros presidentes, os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes.