O governador Mauro Mendes cobrou, hoje, leis mais duras para desestruturar o crime organizado no país, a exemplo de crimes como o de receptação, ao participar do 15° Fórum dos Governadores enfatizou que as estratégias atuais são ineficazes contra a velocidade e a sofisticação do crime organizado. “O código penal de 1940 precisa ser revisado. Precisamos de instrumentos legais mais eficientes para enfrentar a realidade do crime organizado de hoje. Da mesma maneira que o crime está evoluindo, nós precisamos evoluir para conseguir combatê-lo. Não adianta só prender quem rouba celular, mas sim endurecer a pena para quem compra, o receptador, porque assim nós desestruturamos essa cadeia”, disse ele, no evento que ocorre em Brasília.
Para o governador, apenas leis mais duras e inteligentes podem mudar esse quadro. “A Constituição prevê a perda de terras para quem planta maconha ou produz cocaína. Essa pena é dura e eficaz, e depois que ela foi instituída, esse crime foi praticamente erradicado no Brasil. Precisamos de medidas semelhantes para desestruturar o crime organizado. Não temos tempo a perder”, disse Mauro.
O governador também apontou que o avanço das facções criminosas tem gerado uma mudança preocupante na aspiração dos jovens, especialmente nas periferias. “Na minha época, muitos jovens tinham um sonho de ser jogador de futebol, para realizar seus sonhos e objetivos financeiros. Hoje, muitos jovens sonham em ingressar em facções criminosas. É um cenário assustador que mostra a necessidade de mudanças urgentes”, afirmou. “Em 1980, o Brasil tinha 10 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Hoje, estamos chegando a mais de 20. A impunidade é gigantesca. Já chegamos a mais de 60 mil assassinatos anuais, e pouco mais de 30% dos casos são resolvidos. Isso em um país que já lida com o roubo de 25% dos celulares do mundo. Ou seja, é uma completa sensação de insegurança que tem afetado todo o país”, acrescentou.
Há poucos dias, Mauro anunciou o plano ‘tolerância zero contra o crime organizado’ em Mato Grosso, criando a secretaria de Estado de Justiça que vai administrar os Sistemas Penitenciário e Socioeducativo e a política estadual sobre drogas; nomeação de mais 15 delegados, 23 escrivães e 56 investigadores, além de 55 policiais penais. Também foi confirmada a convocação para curso de formação de 245 alunos soldados, oficiais da PM e bombeiros; criação do Centro de Monitoramento externo de todo o Sistema Penitenciário, com a utilização de câmeras do programa Vigia Mais MT, que serão instaladas em todas as penitenciárias e cujo monitoramento será feito pelo setor de inteligência da secretaria de Segurança; criações das coordenadorias de Combate ao Crime Organizado e de Recuperação de Ativos da Polícia Civil, que atuarão no enfrentamento à lavagem de dinheiro, criação de quatro delegacias especializadas no combate ao crime organizado, sendo em Cuiabá, Cáceres e Sinop e em Lucas do Rio Verde.
Além de governadores de diversos Estados, também participou do fórum o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowsk, os secretários de Estado Fábio Garcia (Casa Civil), César Roveri (Segurança) e Rogério Gallo (Fazenda).
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