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Mauri depõe na CPI dos remédios vencidos em Sinop, culpa secretário e diz que foi cerceado pela prefeitura

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O ex-secretário de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima, prestou depoimento, há pouco, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da câmara que investiga os remédios vencidos no almoxarifado da Secretaria de Saúde e se isentou de responsabilidade. Ele foi secretário e deixou a pasta há cerca de dois anos. Mauri afirmou que os medicamentos foram comprados com base nas séries históricas de uso e que, portanto, “podiam ter sido receitados normalmente, mas foram abandonados pela gestão do atual secretário Francisco Specian Junior (seu sucessor), que comprou remédios muito mais caros”. Mauri também rebateu suposta afirmação de Specian, de que os remédios não eram mais indicados. “O sulfametoxazol é o mais indicado para tratamento de crianças, vários pediatras me disseram isso. Agora, se não eram mais indicados, por qual motivo a atual gestão licitou mais 12 mil frascos entre ano passado e este ano?”, perguntou.

Durante sua defesa, disse que Specian "mentiu" quando disse que tentou trocar os medicamentos com outros municípios. “Os documentos que valem dentro da parte legal e jurídica são os escritos. Eu analisei as cópias das atas da plenária regional inter-gestores, que é onde se discute isso, e não encontrei nenhuma fala do gestor colocando estes medicamentos a disposição. E ele tinha essa prerrogativa”.

Mauri também disse que foi “cerceado de obter informações por parte da prefeitura” e pediu aos membros da CPI uma nova audiência para apresentar sua defesa. O pedido deverá ser analisados pelos parlamentares e, caso aceito, uma nova data será marcada.

O ex-secretário entrou com mandado de segurança e o poder judiciário mandou que o prefeito Juarez Costa entregasse a Mauri cópias de notas fiscais e demais documentos. Anteriormente, o secretário havia pedido a documentação mas foi negada. Após a primeira ordem de entrega, a prefeitura conseguiu prazo maior para repassar os documentos, o que teria ocorrido recentemente.

Entretanto, ele alegou que 39 notas fiscais faltaram na documentação apresentada pela prefeitura que estava “em uma completa desordem. “Parece que eles quiseram dificultar e ainda me pediram explicações. Eu não devo explicações, é um direito meu ter acesso aos documentos. Também pediram 60 dias para entregar e neste tempo a CPI já acabou. Vou entrar com uma nova petição para receber as cópias em um prazo correto”, afirmou aos vereadores, durante a oitiva.

Vereadores aliados do prefeito, que não fazem parte da CPI, acompanharam o depoimento de Mauri, que durou cerca de duas horas. Mas as perguntas ao ex-secretário foram feitas apenas pelos integrantes da comissão.

As denúncias dos remédios vencidos foram feitas pela vereadora Zeila Benevides (PSDB) – que ocupou a vaga de Assunção por alguns meses e está na suplência – ao ir à secretaria de Saúde e encontrar mais de nove mil frascos de medicamentos vencidos – e que não podem ser utilizados. O relatório conclusivo será repassado aos Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF). Além de Mauri e Specian, prestaram depoimentos alguns servidores da prefeitura.

Outro lado
Só Notícias manteve contato com o secretário Francisco Specian Jr, pelo celular, mas as ligações não foram atendidas.

(Atualizada em 24/11 às 09:13hs)

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