A secretária estadual Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti afirmou, esta manhã, que em Mato Grosso 25% dos alertas de desmatamento nos primeiro três meses são de atividade com autorização legal, conforme monitoramento feito por satélite pela secretaria de Estado de Meio Ambiente. Com base no resultado do Estado, é possível eliminar o desmatamento ilegal até 2030.
“Estamos revertendo a curva do desmatamento, passamos de 5% do desmatamento lícito no ano de 2019, para 25% de desmatamento dentro da legalidade em 2021. Significa que se os órgãos ambientais, o setor produtivo, o poder público e privado de um modo geral investirem no combate à ilicitude, é possível que a gente combata o desmatamento ilegal até 2030, e o desmate que ocorrer seja respeitando o Código Florestal”, afirmou a uma emissora de rádio.
O Estado manteve a redução do desmatamento geral (área total de corte raso com ou sem autorização) em 30% nos últimos 8 meses, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que contribuiu para o resultado.
Outros fatores que impactam diretamente no resultado é a regularização de fazendas – favorecendo aqueles que querem produzir com sustentabilidade – e combate aos ilícitos pela fiscalização e responsabilização, aliados à eficiência nos mecanismos de licenciamento com um tempo médio de análise 30% menor que o tempo legal – que é de 180 dias.
Os 75% de desmatamento ilegal identificado nos últimos três meses, realizado sem autorização prévia dos órgãos ambientais, segue sendo coibido pelo governo de Mato Grosso com o monitoramento contínuo por satélite, ações de fiscalização e repressão ao crime, apreensão de maquinários, embargo de áreas, e multas ambientais.
Conforme a gestora, havia o desmatamento crescente desde o ano de 2012. Em 2018 e 2019, este número se ampliou na Amazônia como um todo, mas Mato Grosso utiliza tecnologia e estratégias para reverter o quadro.
O levantamento realizado pela superintendência de Regularização e Monitoramento Ambiental da SEMA aponta que nos primeiros três meses de 2021 foram identificados 3.875 alertas de desmatamento do tipo corte raso, totalizando uma área desmatada de 27.265,66 hectares. Deste total, 6.802,15 hectares (24,9%), recaem em áreas com autorização para desmatamento.
A tecnologia utiliza a constelação de satélites Planet, e é financiada com recursos do Programa REM, que remunera e premia o esforço de mitigação das mudanças climáticas. Entre as ações financiadas, estão as de controle e fiscalização do desmatamento ilegal no Estado.
A plataforma de monitoramento é utilizada desde 2019 pela secretaria, e serve para identificar, com resolução espacial de 3 metros, mudanças na vegetação, gerar o alerta de desmatamento quase em tempo real, autuar e fiscalizar ilegalidades no campo. Os dados também são utilizados pela secretaria para estimar o comportamento das áreas desmatadas com mais celeridade, antes mesmo de relatórios consolidados.