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Mato Grosso pode perder investimentos por falta de articulação

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A reativação imediata das discussões em torno da atração de investimentos do setor sucroalcooleiro para Mato Grosso foi a tônica da viagem da comitiva mato-grossense à Campo Grande (MS), hoje. Em audiência com o governador sul-mato-grossense André Puccinelli, secretários de Estado e empresários do setor produtivo da região, foi clara a necessidade de Mato Grosso rever sua atuação na captação de novos investimentos. “Mato Grosso do Sul conseguiu, em menos de seis meses do novo governo, o comprometimento de implantação de várias usinas de álcool e estudos da empresa Petrobrás para a construção de 900 km de poliduto. Nós aqui não podemos perder o grande momento mundial do Etanol”, alerta o deputado Carlos Avalone.

Para o Brasil, a previsão é que 81 novos empreendimentos se estabeleçam até 2012, totalizando US$ 14 bilhões de dólares de novos projetos, além dos US$ 3 bilhões de investimentos em expansão dos já existentes. Deste total, 27 serão implantados em Mato Grosso do Sul -, sendo que o restante ficará em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. “Mato Grosso não pode mais ficar alheio a esta discussão. Nossa grande desculpa foi a falta de infra-estrutura e as limitações de produção em áreas pantaneiras. No entanto, nosso vizinho que tem área do Pantanal maior que a nossa, conseguiu encontrar soluções. Entendo que talvez pudéssemos estar um pouco atrás, mas não completamente excluídos desse processo”, analisa Avalone.
Uma das alternativas apresentada pelo deputado é a articulação para a captação de investimentos para a região do Araguaia, que possui cerca de dois milhões e meio de hectares de áreas degradadas. “Além de ser uma alternativa econômica e ambientalmente viável, este é o momento ideal para a retomada do crescimento da região, com o início da construção de 422 km de linhas de transmissão de energia elétrica feita pela Rede Cemat”, afirma.

Os investimentos para o Estado vizinho prometem ampliar a oferta de empregos, gerando mais de 100 mil novos postos de trabalho. “Esta perspectiva de geração de empregos em Mato Grosso do Sul nos serve de alerta para tentarmos, de alguma forma, eliminar possíveis dificuldades para que os investidores venham ao nosso Estado”, avalia o deputado Estadual José Domingos Fraga (DEM), um dos integrantes da comitiva de Mato Grosso.
O projeto estratégico para Mato Grosso do Sul, apresentado pelo governador no início do ano ao Governo Lula, prevê – além da construção do poliduto ligando a Refinaria do Paraná até Campo Grande (1ª etapa) e posteriormente Cuiabá (2ª etapa) – a ampliação da rede Básica de Energia Elétrica do Estado; a federalização, implantação e pavimentação da MS 040, com extensão de 340 km, que liga Campo Grande a Brasilândia (divisa com São Paulo); e a adequação do Aeroporto Internacional de Campo Grande. “Os Estados do Centro-Oeste precisam se unir para que os investimentos venham para a nossa região”, alerta Puccinelli.

Poliduto – O projeto do Poliduto prevê como primeira etapa a construção de 900 km de corredor saindo da Refinaria do Paraná, passando pelo Terminal de Londrina (PR), Terminal Hidroviário de Bataguassu (MS), chegando até Campo Grande. Num segundo momento, os dutos chegariam até Cuiabá (MT), passando por Rondonópolis. Para ter o compromisso da Petrobrás em investir no Poliduto até a capital, Mato Grosso do Sul precisou apresentar estudo e comprometimento de empresários que teria a produção mínima de 2,5 bilhões de metros cúbicos de álcool.
De acordo com o Diretor do Sindicato da Indústria da Fabricação do Açúcar e Álcool de Mato Grosso do Sul, Isaías Bernardini, mesmo que o Governo Federal não implante o poliduto, os próprios empresários do setor e investidores, que já estão se instalando e plantando suas safras, estão dispostos a aportarem recursos para a viabilização do escoamento da produção por meio de dutos. “Estamos com o apoio do governo do Estado, que foi sensível às nossas necessidades e isso está encorajando o produtor sul-mato-grossense”, diz.

Segundo estudos do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool) a distribuição do álcool por meio de dutos possibilita a redução de cerca de 70% no frete, que é atualmente 25% do custo da produção. “Além disso, com a construção do poliduto abre-se margem para o transporte de diesel e gasolina para Mato Grosso, também a custos menores, o que diminuiria custos gerais da produção mato-grossense”, avalia o presidente do Sindalcool e vice-presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Piero Parini.
Ao final da reunião com o governador de Mato Grosso do Sul, o líder da bancada do PSDB em Mato Grosso entregou documento e solicitou apoio do Estado para articular a reativação das discussões do Bid Pantanal, que é a alternativa para o pantaneiro mato-grossense. “A partir de agora, estaremos focando esforços para a realização de Seminário pela Assembléia Legislativa, Sindalcool e Federação das Indústrias para trazer à pauta de discussão do Estado como prioridade a questão do Etanol, e a articulação para que o Poliduto não pare em Campo Grande”, finaliza Avalone.

Participaram da comitiva de Mato Grosso o presidente do Sindalcool, Piero Parini e três deputados estaduais Wagner Ramos (PR), José Domingos Fraga (DEM) e Carlos Avalone (PSDB).

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