A Marinha não vai aguardar a chalana, que afundou no rio Cuiabá em março, ser retirada para concluir o inquérito sobre a maior tragédia no Pantanal. De acordo com o comandante da Agência Fluvial de Cuiabá, capitão Paulo Mendes, além dos depoimentos já colhidos ele vai utilizar da perícia indireta para fechar as investigações. Esta perícia consiste em analisar fotos da embarcação antes e depois da reforma pela qual passou, a planta feita pelo engenheiro e outras informações que existam sobre a embarcação.
De acordo com o comandante, esperar pela perícia direta poderia atrasar, e em muito, a conclusão dos trabalhos, isso porque o dono da embarcação, Semi Mohamed Said, foi notificado para retirar o barco. Ele tem 90 dias para cumprir o procedimento e somente no caso de não realizar é que a Marinha fica responsável pela remoção.
Para a Marinha só falta ouvir um dos turistas sobreviventes, o professor Antônio Carlos Bofcheiro, que mora em Campinas (SP). Para isso, o comandante destaca que vai tentar aproveitar a carta precatória que foi expedida pela Polícia Civil, uma vez que a Marinha não tem agência naquela cidade. Esta é outra forma para agilizar a conclusão dos trabalhos.
O comandante Paulo Mendes acredita que até o dia 11 deste mês, quando completa um mês do início das investigações pela Agência Fluvial de Cuiabá, o inquérito estará concluído.
Ficou confirmado que o condutor da embarcação, José Gonçalo Souza da Silva, não possuía habilitação necessária. O acidente aconteceu na madrugada de 9 de março. A embarcação, com 22 pessoas, afundou no Pantanal. Sete turistas e as duas cozinheiras morreram no desastre.