A pré-candidata a Presidência da República pelo PV, Marina Silva, afirmou que deixou o Ministério do Meio Ambiente porque teve um embate com o ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi, pré-candidato a senador pelo PR, por conta dos dados do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais- que passou a divulgar o aumento no desmatamento em Mato Grosso, enquanto o governo estadual questionava, fazia duros ataques aos instituto e ao governo apontando que o desmate era bem menor que o anunciado. Marina concedeu entrevista para a revista IstoÉ onde também fez balanço sobre sua atuação no ministério e atacou o ex-governador matogrossense. “Precisamos criar uma nova narrativa para os nossos produtos. Basta fazer o dever de casa, passando no teste e não mudando o teste como tentaram fazer aqui. Quando as pessoas falavam que o governador Blairo Maggi tinha se convertido ao ambientalismo, eu passava por cética. É que eu sabia o que estava acontecendo em Mato Grosso. Saí do governo porque o governador de Mato Grosso queria contrapor os dados do Inpe, que acompanha desmatamento com altíssima tecnologia, reconhecida no mundo inteiro, aos de uma Secretaria de Meio Ambiente que tinha acabado de ser criada”, atacou Marina Silva.
Ela expôs ainda que “o secretário, por sinal, foi agora preso numa operação (referindo-se a Luiz Daldegan, preso na Operação Jurupari com ex-integrantes da cúpula da Sema). Eles estavam fazendo apenas fraude política com a questão ambiental e prejudicando o agronegócio do Brasil. Mas saí vitoriosa e quem fez a opção pelo que dizia o Mangabeira, pelo que dizia o Blairo e pelo que dizia o ministro da Agricultura, se não está politicamente derrotado, eticamente está”, disparou a ex-ministra. Além de sair do governo, Marina Silva também rompeu com o presidente Lula e migrou para o PV – Partido Verde.
Na pesquisa Ibope, divulgada hoje, ela aparece com 9% das intenções de votos. Dilma e Serra estão empatados com 37%
Outro lado
O ex-governador Blairo Maggi foi procurado, neste sábado, para falar sobre o assunto. Mas as ligações da reportagem não foram atendidas.