A pré-candidata à presidência da República pelo PV e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse em visita a Cuiabá, que o partido ainda não fechou apoio em definitivo à pré-candidatura do empresário Mauro Mendes (PSB) à sucessão estadual. A Executiva Municipal da legenda já havia sinalizado possível aliança com Mendes, mas se mostra indecisa diante do “assédio” do governador Silval Barbosa (PMDB), pré-candidato à reeleição.
Como o PSB e o PMDB já declararam que na campanha eleitoral pretendem estar ao lado da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que concorre à eleição pelo PT, Marina impõe como critério para a composição da chapa o respeito à candidatura dela e ainda que o candidato majoritário trabalhe em prol do desenvolvimento sustentável. Apesar de demonstrar que a ideia de dividir o palanque com Dilma não lhe agrada, ela conta que tudo depende da negociação, já que, no Acre, por exemplo, o PV se aliou ao PT.
De acordo com Marina, tida como maior liderança nacional da sigla, o partido está analisando internamente o melhor rumo a seguir e defende que é preciso aguardar desdobramento e analisar o espaço que cada candidato dará ao Partido Verde. “O que queremos é ter a liberdade para defender nossos ideais e que o candidato majoritário se comprometa com isso”. Ela conta que a intenção do PV era lançar candidatura majoritária, mas já que em alguns estados não será possível, a sigla decidiu coligar com outros partidos.
Meio ambiente – Numa demonstração de que o impasse com o ex-governador Blairo Maggi (PR) ainda não foi totalmente superado, Marina avaliou que as contestações feitas por Maggi em relação ao relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2007, prejudicou o avanço na questão ambiental. “Ao invés de implementar as medidas tomadas pelo Ministério do Meio Ambiente para conter o desmatamento Blairo Maggi contrapôs os dados com algo que não era concreto”.
Após a Operação Curupira, realizada há 5 anos, o índice de desmatamento diminuiu 72% e o problema, segundo a ex-ministra, é que, logo em seguida, o Inpe detectou processo de degradação florestal em Mato Grosso e, por isso, foi necessário a tomada de medidas drásticas. Marina adianta que, caso seja eleita, não deve elaborar projetos específicos para a área ambiental, mas defende a instituição de políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável.