A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PT) afirmou que seu sucessor, Carlos Minc, deve resistir a proposta do governador Blairo Maggi que busca derrubar a resolução do Conselho Monetário Nacional que, a partir de 1º de julho, obriga o sistema financeiro a exigir regularidade ambiental como condição para o crédito rural para fazendas e, as que tiveram reservas derrubadas além do limite previsto, não terão acesso a financiamentos para plantar.
Em entrevista ao Terra Magazine, no portal Terra, Marina disse que a produção do setor agrícola é grande e criticou o governador mato-grossense, com quem teve duros embates – o último deles por conta dos dados do INPE que basearam a operação Arco de Fogo. O governo estadual contestou dados com queimadas e o instituto admitiu erro de 40%. “Espero que todos possamos ajudar o novo ministro. A pressão do outro lado é grande, mas já existe uma estrutura que é altamente importante. Ele pode consolidar a base que está encontrando e não permitir retrocesso, como o pretendido pelo governador Blairo Maggi, no sentido de revogar as medidas tomadas recentemente no Plano de Combate ao Desmatamento. É necessária a manutenção da implementação da resolução do Conselho Monetário Nacional que a partir de 1º de julho obriga o sistema financeiro a exigir regularidade ambiental como condição para o crédito rural na Amazônia. Mas existem outras questões como a redução da reserva legal, da criminalização da produção de áreas embargadas. Essas coisas não podem ter retrocesso. É necessário, no âmbito do Plano de Combate ao Desmatamento, fazer com que as ações de desenvolvimento sutentável, como a Operação Arco Verde, possam ser efetivadas”, afirmou Marina.
A ex-ministra também defendeu a manutenção da implementação da resolução do Conselho Monetário Nacional, que lute firmemente contra a alteração do código florestal, que levaria a mais desmatamento na Amazônia.
Semana passada, após ter sido anunciado como futuro ministro, Carlos Minc, também atacou o governador Blairo Maggi. Em sua primeira entrevista, disse que, se deixar, Blairo planta soja até nos Andes. O governador rebateu e disse que as declarações de Minc foram inconvenientes, preconceituosas. Blairo alfinetou Minc ao apontar as declarações do futuro ministro que admitiu conhecer mal o Brasil.