A Assembleia Legislativa deu o primeiro passo para uma iniciativa inédita no Estado, a construção de eclusas nos rios estaduais. Hoje à tarde houve reunião prévia para discutir a audiência pública, que será em 15 de abril, em Sinop, sobre a implantação das eclusas nos leitos dos rios Teles Pires, Juruena e Tapajós. Mesmo sendo uma prévia da audiência, vários parlamentares estaduais e federais, empresários, vereadores da região Norte marcaram presença.
De acordo com o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), autor do pedido, o objetivo principal da audiência pública é assegurar a navegabilidade dos rios de Mato Grosso, constituindo a operação de eclusas como serviço público que pode ser prestado diretamente ou sob regime de concessão pelo poder público que detenha o domínio do corpo de água onde elas estão construídas. “Já existem usinas hidrelétricas sendo instaladas no Teles Pires e outras em estudos. Neste ponto, entendo que se discuta sobre eclusas para não interferir na navegação do rio”, destacou Dilmar. As eclusas serão fundamentais para, futuramente, ser implatanda hidrovia ligando Nortão ao porto em Santarém (PA).
Na oportunidade, o agricultor Munifume Matsubara fez uma explanação sobre a importância das eclusas nos rios mato-grossenses. Para ele, o custo do transporte vai diminuir e a produção poderá competir diretamente com outros países. “Temos que olhar o Brasil num todo e, Mato Grosso, se souber aproveitar essas áreas continentais, vai se tornar uma grande potência mundial agropecuária. Tendo hidrovia e eclusas prontas, vamos abastecer o mundo inteiro. O Estado tem a obrigação de fazer esse investimento”, apontou Matsubara.
Outro aspecto fundamental lembrado por Dal Bosco é quanto a integração entre rodovias, ferrovias, hidrovias e portos, importante para o escoamento da produção. “Podemos afirmar que as hidrovias preservam o meio ambiente e não destroem as matas ciliares, bem como contribuem para o desaquecimento global, já que emitem menos gás carbônico”, disse ele.
O deputado entende que, visando o uso múltiplo das águas, os rios mato-grossenses devem ser utilizados para a navegação e produção de energia elétrica. Dal Bosco acredita que construindo hidrelétricas simultaneamente com eclusas, a tendência é baratear o custo da obra, uma vez, que se a eclusa for construída posteriormente da usina o investimento fica 30% mais caro.
Para o deputado Walter Rabello (PP), no caso de ser comprovada a viabilidade técnica para a obra, a construção da barragem deverá ser feita de forma compatível com a implantação simultânea, ou posterior, dos dispositivos de transposição de níveis, ou seja, as eclusas ou mecanismos afins representarão parte integrante do projeto de barragem ou hidrelétrica. “O Estado precisa ser mais participativo nessa proposta, através da Secretaria do Meio Ambiente, porque os nossos rios necessitam de cuidados”, apontou Rabello.
Na opinião do deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), as hidrovias são consideradas o modal mais barato para o desenvolvimento sócio-econômico estadual. “Esse tema representa o novo Mato Grosso, pois é uma das saídas mais importantes para o escoamento da produção agrícola assegurando, assim,a navegabilidade”, afirmou Pinheiro.
(Atualizada às 09:28h)