Centenas de manifestantes protestaram, esta tarde, na praça Oito de Abril, criticando deputados federais mato-grossenses por aprovarem projeto de lei que pune juízes, promotores e policiais por supostos abusos durante investigações. Magistrados, promotores, demais membros o judiciário consideraram uma afronta à luta contra a corrupção no país. A juíza criminal Selma Rosana de Almeida, de Cuiabá, que conduz boa parte dos processos envolvendo acusados de corrupção em Mato Grosso, entre eles o ex-deputado estadual José Riva e o ex-governador Silval Barbosa, participou do manifesto, bem como o promotor Roberto Turim, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público, a promotora Ana Peterline, o delegado Luciano Palhares, dentre outras autoridades.
"Estou aqui como cidadã e magistrada para me unir nesta luta contra a corruoção. O povo não quer este tipo de manobra. Precisamos criminalizar o enriquecimento ilícito. Ninguém quer juízes e promotores fiquem isentos de processos de abuso de autoridade, queremos que todos sejam responsabilizados sim, mas não queremos nenhum tipo de retaliação. Só queremos nossa independência para julgar e colocar na cadeia e para devolver o dinheiro que foi desviado", discursou.
O ato foi organizado pelo Movimento Muda Brasil. Em um carro de som, foram anunciados nomes dos deputados que votaram a favor do projeto estabelecendo punições – Valtenir Pereira (PMDB) Carlos Bezerra (PMDB), Ezequiel Fonseca (PP), Adilton Sachetti (PSB) e Tampinha (PSD). Fabio Garcia (PSB) se abseteve e Nilson Leitão (PSDB) foi contrário.
Os manifestantes querem que seja revistos alguns pontos do projeto aprovado com medias anti-corrupção, como a punição aos membros do judiciário, MP e polícia.
O movimento apoia o juiz Moro, de Curitiba, que conduz os processos decorrentes da Operação Lava Jato, que "arrasta" desde março de 2014 uma série de políticos, muitos deles petistas, mas também de outros partidos.