O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), disse que desconhece o repasse de “mensalinho” aos deputados estaduais na legislatura anterior como foi supostamente delatado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Além do parlamentar, o senador Wellington Fagundes (PR) afirmou não acreditar que o ex-gestor do Estado tenha feito tais esclarecimentos quanto a possíveis esquemas na sua gestão.
A Folha de São Paulo publicou na última sexta-feira (4) tópicos da delação premiada do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), que foi assinado com a Procuradoria-Geral da República. De acordo com a reportagem, são alvos o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), os senadores Wellington Fagundes e Cidinho Santos (suplente de Maggi), ambos do PR de Mato Grosso. Além disso, as declarações também citam pelo menos três deputados federais com mandatos em curso, cujos nomes não foram identificados. A denúncia é de que haveria fraudes no pagamento de precatórios durante o governo Maggi e que deputados estaduais teriam sido filmados recebendo propina.
“Eu desconheço essa história de mensalinho. Talvez tenham ocorrido alguns acordos políticos, que é diferente. Acordo político é favorecimento em cargos, emendas parlamentares, entre outros. Mas mensalinho, não. É o que tenho dito. As pessoas estão falando muito para se salvar, para jogar responsabilidade sobre os outros. Vamos ver as provas que ele tem para apresentar contra os deputados da Assembleia”.
O deputado criticou o modo como a justiça vem utilizando o beneficio da delação premiada. De acordo com ele, muitos dos depoimentos são forçados. “Deve haver uma harmonização nessas delações. Muitas delas são forçadas, mal negociadas, muitas são falsificadas para terem benefício. O Poder Judiciário deve entrar em uma fase de discussão dessas delações. O Legislativo do Brasil inteiro está sendo denunciado. O que está arranhando é o sistema político”.
Fagundes acredita que a matéria veiculada não prova que teve acesso às declarações feitas pelo ex-governador, por isso, não sustenta as possíveis situações. “Eu tenho que ter conhecimento do depoimento dele para me pronunciar. O jornal não teve acesso a delação, então são especulações. Eu tenho o governador Silval como uma pessoa de bem, eu o visitei e não vou deixar de buscar a verdade acima de tudo”.