O plebiscito popular “A Vale é nossa”, realizado entre 1º e 7 de setembro, na semana da pátria, contou com a participação de 61.875 pessoas de Mato Grosso (3,19% do eleitorado do Estado). Dos votantes, 96,08%, o que equivale a 59.451 pessoas, acham que a Vale do Rio Doce não deve continuar nas mãos do capital privado. Em quase todos os municípios do Estado foram distribuídas urnas. Em Cuiabá, o número de votantes foi de 12.762 (3,58% do eleitorado da cidade).
A pergunta sobre a Vale era “Em 1997, a companhia Vale do Rio Doce – patrimônio construído pelo povo brasileiro – foi fraudulentamente privatizada, ação que o governo e o poder judiciário podem anular. A Vale deve continuar nas mãos do capital privado”?
A Vale foi vendida pelo governo federal em leilão, por R$ 3,3 bilhões. Dois anos depois, a empresa teve um lucro anual de mais de R$ 1,2 bilhão. Hoje, a Vale é uma das maiores empresas da indústria de mineração e metais no mundo: seu valor de mercado está em torno de R$ 103 bilhões, segundo a última avaliação divulgada pela própria CVRD. Em 2006, suas vendas totais atingiram US$ 9,6 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões em exportações.
Em Cuiabá a votação ocorreu em diversas escolas, na Câmara de Vereadores, na Cefet, nos bairros, sindicatos e paróquias. Dos 12.762 votantes, 12.258 (96,05%) responderam não e 446 disseram sim (3,49%). Foram 41 brancos e 17 nulos.
O Sintep-MT promoveu a votação em 36 escolas do interior, incluindo três escolas de Várzea Grande. O total de votos foi de 18.671, o número de votos não foi 17.814 e os de sim foi 805. O número de brancos foi igual ao de nulos, 26.
O resultado do plebiscito em Mato Grosso será enviado para a coordenação nacional do Grito dos Excluídos e para a Coordenação Nacional da Assembléia Popular. O objetivo é reunir os resultados dos demais Estados e assim avaliar como foi o plebiscito no Brasil.