O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria uma má notícia se o PMDB resolvesse responder hoje a proposta feita na semana passada pela ampliação da participação da legenda no primeiro escalão. “A posição majoritária é pela não aceitação dos cargos”, afirmou o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
A estratégia do Executivo era conceder mais cargos ao PMDB em troca de apoio nas votações do Congresso Nacional. Pela proposta feita por Lula, o partido poderia optar por quatro de uma lista de seis ministérios: Minas e Energia, Cidades, Integração Nacional, Saúde, Comunicações e Previdência. Os dois últimos já sob o comando da legenda.
Até o momento, os sete governadores filiados ao PMDB se pronunciaram contra a oferta de cargos. Pelas contas do partido, 13 diretórios são declaradamente contra a participação maior da legenda no governo. De acordo com peemedebistas, mesmo a senadora Rosana Sarney, que foi cotada para assumir uma pasta, hoje não teria interesse de ingressar na equipe ministerial do governo.
Diante de todas as contradições, Temer diz ser “muito difícil” o partido aceitar os novos cargos. Apesar disso, o PMDB garantiria o apoio à governabilidade. “Há muitos diretórios que se manifestaram pela governabilidade e ao mesmo tempo por não participarem fisicamente do governo”, disse.
A cúpula do PMDB precisa definir ainda de qual instância partidária deverá sair a decisão final sobre a proposta do presidente Lula. Temer defende que o conselho político seja consultado ou seja convocada uma convenção nacional do partido.