O governador Blairo Maggi participou nesta segunda-feira, como palestrante do painel “Floresta Amazônica – Conservação e Exploração Racional” em Nova Iorque (EUA), e voltou a assumir sua mudança de postura em relação à questão ambiental após a divulgação dos recentes informes da ONU sobre a questão climática. Ele reiterou sua firme intenção de implementar políticas públicas e criar mecanismos para minimizar os efeitos sobre o meio ambiente da expansão do agronegócio no Estado.
Mostrou também os primeiros resultados das novas políticas ambientais do governo de Mato Grosso: redução do desmatamento em 39,5% entre 2004 e 2005 e 40,3% entre 2005 e 2006, assim como a redução de 49% nos focos de calor entre 2005 e 2006.
O governador também comentou sobre outros avanços, entre os quais 80% da área plantada em plantio direto, a assinatura do protocolo de intenções com os setores da soja e álcool, a suinocultura com biodigestores – e informou também que há uma legislação em tramitação na Assembléia Legislativa para que isso se torne uma obrigação. O governador aproveitou para mostrar o sistema inédito de Licenciamento Ambiental de Mato Grosso, que é mais uma garantia à comunidade internacional de monitoramento do resultado dos projetos a serem implementados.
Blairo Maggi reconheceu que ainda se pode fazer mais. Essa é uma das principais razões de sua viagem ao exterior: encontrar-se com ONGs e a comunidade internacional ligada às questões ambientais para encontrar maneiras de viabilizar economicamente seus projetos, entre os quais o de desmate evitado. Ou seja, poder oferecer aos produtores, que têm o direito legal de desmatar 20% de suas terras na Floresta Amazônica e 35% nos cerrados e outros biomas, uma compensação financeira para que deixem as terras intocadas.
Aos americanos o governador forneceu alguns dados sobre a participação da Floresta Amazônica em Mato Grosso. Disse que a Floresta ocupa uma área de 20% do Estado, que Mato Grosso tem 36% de áreas abertas e 64% preservadas. Isso para mostrar a heterogeneidade da floresta e a complexidade de se lidar com todas as questões relativas a ela.
O governador salientou os investimentos que vêm sendo feito pelo Brasil e por seu Governo no sentido de aumentar a produtividade das culturas agrícolas, sem a necessidade de se abrir novas terras nem de avançar sobre a floresta ou qualquer outro bioma – e disse que não vai criar novas áreas de preservação no Estado, a menos que tenha dinheiro para pagar as indenizações decorrentes de tal ato. Segundo Maggi, 70% das terras do MT são privadas, uma dificuldade a mais nos projetos de preservação ambiental do governo.
Também participaram do painel o governador do Amazonas, Eduardo Braga, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, Rosimeiry Portela, da ONG Conservation International, e Guy Perry, presidente da empresa Investment Vision.
Acompanham o governador os secretários de Estado de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, de Projetos Estratégicos, Clóves Vettorato, pelo presidente da Fiemt, Mauro Mendes, e pelo presidente da Aprosoja, Rui Prado.