Foram quase oito anos de poder absoluto em Mato Grosso. Em sua primeira aparição como cidadão comum, em Água Boa, o ex-governador Blairo Maggi, que tentará uma vaga ao Senado Federal em outubro pelo Partido da República, não escondeu o jogo: com ares de melancolia e forte apego a seu antigo cargo, disse que já sente falta do Palácio Paiaguás e, consequentemente, da liturgia que o cargo impõe no dia a dia.
Despido de qualquer formalidade, Maggi reiterou que ainda está de férias. Depois que deixou o Governo se alojou no velho Paraná, estado onde se formou. Ele disse que está alheio a tudo. Confessou que não está participando diretamente das negociações em favor do seu antigo vice e amigo Silval Barbosa (PMDB), que no último dia 31 de abril, assumiu o Governo, e luta para firmar uma aliança que sustente sua candidatura.
“Preciso reaprender a ser um cidadão comum. Preciso caminhar com as minhas próprias pernas aprender a escovar meu dente sozinho” – disse, ilustrando seu sentimento com uma figura de linguagem. A começar pela segurança que tinha e que mal o permitia respirar. Agora, é um cidadão comum, apenas o Maggi, empresário.
Mesmo com um discurso que pregava a simplicidade de vivenciar as boas coisas da vida – como ir ao cinema acompanhado da esposa, o ex-governador não esqueceu do viés político e deu a tônica do seu discurso dizendo que caso seja eleito irá trabalhar para que o Estado continue no caminho do desenvolvimento. “Irei trabalhar para que Mato Grosso, assim como o Brasil continue nos trilhos do desenvolvimento” – afirmou durante abertura do 10ª edição do Mega Leilão de Gado Nelore, no sábado à tarde.
Maggi até aproveitou a ocasião para dizer publicamente que jamais mencionou a possibilidade de desistir da candidatura ao Senado. Disse que tudo não passou de equivoco de um jornalista e reafirmou que sua candidatura pertence a um projeto político, que visa reeleger o governador Silval Barbosa.