O senador Blairo Maggi (PR) usou a tribuna do Senado, ontem, para criticar a postura do governo federal diante da crise econômica que afeta o país. Segundo citou, o governo foi infeliz na escolha do atual modelo de programa para recuperação da economia brasileira.
"O governo fez uma escolha nada feliz já que opta por matar a economia ao fazer com que não haja consumo de mercadorias, bens e serviços como medida para conter a inflação. Mas, essa inflação não é de demanda, e sim de preços de serviços administrados. A presidente Dilma Rousseff precisa tomar providências urgentes, pois quem está com a guilhotina no pescoço é ela. É a sua política econômica que está sendo colocada em xeque e reprovada pela população".
O senador chamou atenção dos ministros da Fazenda e Planejamento, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, respectivamente, no sentido de apresentarem medidas 'reais e urgentes' para a retomada do equilíbrio fiscal e do crescimento.
"Não há a mínima condição deles chegarem aqui (Congresso) pedindo mais sacrifícios, enquanto se mantém na estrutura de governo 18 mil cargos comissionados. Para o Executivo logicamente é mais fácil aumentar a carga tributária. Alerto a própria presidente de que precisamos passar a limpo a administração pública".
Nessa semana o ministro Nelson Barbosa voltou a defender a aprovação da CPMF afirmando que trata-se de uma medida necessária para recuperar a receita do governo. Barbosa reconheceu entretanto que a volta do imposto sobre transações financeiras tem um preço. "A CPMF é uma medida que tem um custo e nós sabemos disso. Mas ela é necessária enquanto nós estamos trabalhando em reformas mais estruturais ao lado do gasto obrigatório", afirmou Barbosa, lembrando que o governo conta com a aprovação desse imposto no Congresso.
Maggi foi mais incisivo e anunciou que a medida não será aprovada no Senado. "A situação hoje é como se lá do governo viesse a ordem 'aumentem os impostos, porém, nós do Executivo continuaremos da mesma forma, do mesmo jeito’ e as coisas não são assim. Aqui não vai passar, até porque essa medida não resolveria o problema de um PIB negativo em 3%, nem esse ano nem ano que vem".