Blairo Maggi (PP) afirmou que permanecerá como ministro da Agricultura mesmo tendo seu nome citado em delações premiadas feitas por ex-executivos da empresa Odebrecht. Segundo ele, pela sua simples vontade deixaria o posto, pois “ficar significaria um enorme esforço íntimo. Não é fácil passar por uma acusação injusta”.
Todavia, ressaltou que há um setor inteiro que confia no trabalho dele à frente do ministério e este setor não pode mais ser afetado neste momento. Também lembrou o episódio da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, no qual o país terá que se reposicionar e correr para garantir mercado.
“O depoimento do delator é inconsistente e cheio de contradições em relação a mim. Estou levantando todas as informações e o farei com a maior transparência. Estou no time dos políticos que querem ver este assunto esclarecido o mais rápido possível”, disse por meio de sua página pessoal em uma rede social.
O nome de Maggi foi citado pelos ex-executivos da empreiteira como um dos supostos beneficiados por dinheiro ilegal. O ex-secretário estadual Éder de Morais também teve seu nome envolvido como um dos arrecadadores do suposto recurso ilegal durante a campanha eleitoral de 2006, quando Maggi foi reeleito governador de Mato Grosso.
Ele confirmou apenas que fez um pagamento de R$ 18 milhões à Odebrecht entre dezembro de 2006 a abril de 2007. Maggi disse que o valor seria parte de uma dívida de R$ 21,3 milhões que o Estado tinha com a construtora, que foi parcelada. O ministro refutou novamente que o valor destinado à construtora tenha qualquer tipo de relação com suposto pagamento de R$ 12 milhões feito pela Odebrecht a sua campanha à reeleição, em 2006. Segundo os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão, da Odebrecht, Eder Moraes Dias, ex-secretário no primeiro governo de Maggi, teria condicionado o pagamento da dívida ao recebimento do valor para a campanha.
Maggi nega qualquer tipo de envolvimento no esquema e afirmou que jamais recebeu qualquer tipo de doação de campanha da construtora.