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Maggi descarta apoio a Jaime ao Senado Federal e “puxa” Welington

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A verticalização, a demora na definição do cenário de alianças nacionais e a necessidade de urgente definição política das siglas partidárias no âmbito regional, fez virar de “cabeça para baixo” o processo de formação de alianças em Mato Grosso: o que antes parecia certo, tornou-se dúvida; o que era impossível, já começa a ser palpável. A maior de todas as “reviravoltas” aconteceu na relação entre o governador Blairo Maggi e o ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos, do PFL. “O governador não vai apoiar Jaime ao Senado” – disse uma alta fonte política, ao relatar o resultado de uma conversa entre o governador e o deputado federal Welington Fagundes (PL).

O PFL sempre foi considerado como “esteio” da aliança “Mato Grosso Mais Forte”. Inclusive, pelos próprios principais articuladores do Governo. O PFL é o partido que mais ocupa cargos de destaque no Executivo, algo em torno de 300 postos. Na relação de três anos, Jaime Campos sempre conseguiu praticamente tudo aquilo que queria. Porém, suas queixas acabaram irritando os dirigentes governamentais, em especial o governador Maggi, que, mesmo ante a possibilidade de uma aliança formal, descartou a hipótese de serem companheiros de chapa.

Há tempos que a relação Governo-PFL vêm se desgastando. E começou justamente com o lançamento do projeto de Campos em ser candidato ao Senado Federal. O ex-prefeito e seu agrupamento político desejavam com todas as forças que Maggi rompesse o compromisso com o deputado federal Pedro Henry (PP), ao qual estava reservada a vaga. Maggi resistiu e Jaime passou a articular um projeto de resistência e pressão: convenceu o senador Jonas Pinheiro, uma espécie de “guru” político de Maggi, a se lançar candidato como oposição. A medida, porém, não surtiu resultados. O governador manteve o compromisso com Henry e admitiu a hipótese de afastamento.

Não satisfeito, Campos passou então a articular a formação de uma nova aliança. Sob a insígnia da verticalização – modalidade legal de aliança estabelecida pelos tribunais superiores – Campos procurou o PSDB, com o qual o PFL deverá se coligar no plano nacional para disputar a eleição à presidência da República. Numa das reuniões chegou-se a admitir que poderia “destruir” a atual administração em menos de uma semana. Foi a gota! Aos poucos, o PFL passou a ser isolado. Mesmo depois que Pedro Henry ter recuado da postulação, em função do envolvimento do seu nome com o esquema do “mensalão” – recentemente denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

“Ele é uma pessoa difícil” – confidenciou Maggi a um dos seus interlocutores, ao analisar a hipótese de Campos vir a ser vice. Provavelmente magoado com a forma de condução estabelecida por Jaime para ter a vaga ao Senado, o governador procurou unir o útil ao agradável: fechou entendimentos para apoiar Geraldo Alckmin, do PSDB, a presidência da República. Como parte do acordo, teria prometido apoio à candidatura a reeleição de Antero de Barros. Com Jonas como elemento de segurança, Maggi “rachou” o PFL e, de quebra, ganhou o direito de representar Alckmin no Estado.

Contudo, Maggi precisa montar a sua chapa oficial. Novamente, articulou. Com o PP, PTB e o PDT certos na aliança para a reeleição, o governador buscou um nome para integrar a chapa. De preferência alguém cujo partido poderia contribuir com um problema básico enfrentado pela aliança governista: tempo na TV. Em um final de semana, conversou longamente com Welington Fagundes. Parte do PL já apóia o projeto da reeleição. “Qualquer movimento agora contrário será apenas com a finalidade de valorizar” – disse um político, ao destacar que nessa mesma linha – de valorizar a sigla – aconteceu a conversa com o PT da senadora Serys. “É quase impossível nós apoiarmos a candidatura da senadora” – descartou.

Mesmo sob o alto risco de estimular dois nomes ao Senado, Maggi vai, com isso, executando a “política do seca poço”, qual seja, evitar que seus adversários se armem contra sua recandidatura ao Governo. Ao sinalizar para Antero de Barros, o governador praticamente implodiu a formação de um bloco de oposição, que poderia vir a sustentar uma candidatura, de Serys ou ainda uma terceira, podendo até ser do PMDB. Fechando com Fagundes, Maggi praticamente isola o PT, assim como o fez com parte do PFL de Jaime Campos.

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