A iminente saída do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutrua de Transportes (Dnit), Luiz antônio Pagot, do comando do órgão, poderá ser anunciada até esta quinta-feira. Gozando de férias, Pagot ainda resistia em deixar a autarquia, mas a decisão do governo federal de demitir ele deverá adiantar o processo. Para o senador Blairo Maggi (PR), o assunto está consolidado. "Essa questão é assunto praticamente definido. Acho que (Pagot) deve concluir as férias e pedir o afastamento", disse Maggi na tarde de ontem, se referindo à perda do espaço no órgão.
A crise instalada entre o PR e o PT é visível no governo federal, mas não oficial. Maggi lamentou a perda de espaço na esfera federal e afirmou que "não vai mais indicar" outro nome para o posto. Governador Silval Barbosa pensa diferente e aposta na chance de garantir representante de Mato Grosso à frente da autarquia. Silval tem tentado apoio com o vice-presidente da República, Michel Temer, do mesmo partido.
Ontem, Pagot evitou comentar o assunto. "Por enquanto não falo nada. Vou esperar até quinta-feira", frisou, dizendo ainda que "vai aguardar os acontecimentos". Maggi falou sobre o assunto em coletiva à imprensa, concedida na Arena Multiuso, na Capital. Ele tenta apaziguar a crise instalada entre correntes do PR e o governo federal após a deflagração das denúncias sobre irregularidades no Ministério dos Transportes, que atingiram em cheio o Dnit, onde ainda atua Pagot, seu indicado.
Disse que não vê o cenário como ponto de partida para quebra do bom relacionamento com a presidente Dilma Rousseff. Na avaliação dele, o PR deve permanecer na base aliada, reconhecendo os contratempos. Maggi, que também teve seu nome e de familiares citados no episódio, disse que solicitou informações ao arquivo nacional e à Polícia Federal. Acrescentou que poderá impetrar ações na Justiça contra veículos de comunicação com possível comprovação de fatos inverídicos publicados na imprensa.