O anúncio da bancada do PR no Senado de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) poderá ser alterado, com possibilidade de a legenda retornar ao campo da base aliada. Senador Blairo Maggi (PR) admitiu a chance de revisão da decisão após novo chamado do governo federal com intuito de restabelecer o diálogo. Os próximos dias serão cruciais para estabelecer a posição final da sigla, que defende não apenas a ocupação do comando do Ministério dos Transportes, sob gestão de Paulo Sérgio Passos, mas ainda melhor tratamento aos pleitos do partido nos ministérios.
Blairo demonstrou insatisfação com a forma de tratamento dispensada por representantes do governo federal às solicitações parlamentares feitas de maneira insistente em ministérios. Ontem, ele lembrou que a legenda chegou ao "ponto limite", em razão da falta de definição do governo sobre pleitos do PR. "Me perguntaram, o que aconteceu? Aconteceu que não me viram durante 9 meses", comentou em tom descontraído, fazendo menção à ausência de discurso pontual entre a sigla e o Palácio do Planalto.
Apesar dos esforços do PR, a presidente Dilma Rousseff tem mantido linha dura e resiste em promover mudanças na direção do Ministério dos Transportes. Paulo Sérgio pertence aos quadros do partido, mas não foi indicado diretamente para assumir o posto em substituição ao ex-ministro Alfredo Nascimento, após denúncias de irregularidades sobre o órgão, em 2011, que estão sob investigação, e até agora, sem comprovação.
Maggi analisou o atual panorama, fez referências aos bloco da oposição mais visualizado pelo DEM, PSDB, PPS e PCdoB, e deixou vaga a ideia de uma real aproximação do PR com as legendas. É que pesa o fato de os republicanos serem da base que ajudou a eleger a presidente da República, e além disso, existem confrontos ideológicos e políticos, que colocam a bancada no Senado em fase de análise.