A dura linha adotada pela presidente Dilma Rousseff (PT) na condução dos escândalos que mancham a imagem do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), deixa um rastro de mágoa entre republicanos. Responsável pela indicação do diretor-geral do órgão, em 2007, o então governador de Mato Grosso e hoje senador da República, Blairo Maggi (PR), dono de estreito relacionamento com Dilma, abre mão de nova indicação. Mas assegura que "vai continuar lutando pelas ações direcionadas ao Estado".
Maggi não fará mais atuação direta sobre indicação de Mato Grosso para o Dnit, mas poderá reavaliar pedido a ser feito pela bancada federal, que busca apoio dele na nova investida para garantir espaço na autarquia. O bom relacionamento do senador com a presidente da República soa como fator positivo para ajudar o governo a validar nova estratégia. O governador Silval Barbosa (PMDB) tenta ampliar as oportunidades ao Estado por meio de interlocução junto a Executiva nacional do PMDB. Tem mantido conversações com líderes da legenda, como o vice-presidente Michel Temer e espera respaldo.
A decisão de Pagot deixar a estrutura foi amplamente discutida entre ambos. Depois de resistir a esperada demissão, com pedido de férias do órgão, o diretor teria sido convencido pelo senador sobre a melhor maneira de lidar com o episódio, por meio da entrega da carta de demissão. Para Maggi, um dos principais fatores para permanecer na autarquia estava aniquilado: "a da condição política". O republicano não foi poupado do crivo da presidente, provocando dissabores. Maggi dá sinais de confiança sobre o trabalho desenvolvido por ele à frente do Dnit e destaca necessidade de investigação do processo. Pagot, em conversa com o senador, disse que avalia retorno à iniciativa privada.