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Lula tenta inviabilizar prévias do PMDB

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Lula decidiu patrocinar uma manobra de última hora para tentar atrair para sua chapa nas eleições presidenciais deste ano um candidato a vice do PMDB. Em articulação com peemedebistas ligados ao governo, o presidente age para melar as prévias do PMDB, marcadas para 19 de março.

A estratégia para minar a escolha de um candidato do PMDB à sucessão presidêncial contempla várias alternativas: do simples esvaziamento das prévias ao ajuizamento de ações judiciais pedindo a anulação do encontro, que se destina à escolha de um entre os dois pré-candidatos do PMDB já inscritos para a disputa: o governador gaúcho Germano Rigotto e o ex-governador fluminense Antony Garotinho.

O principal interlocutor de Lula no PMDB é o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL). Auxiliado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), Renan tentou o quanto pôde evitar as prévias. Foi vencido. Parecia conformado. Porém, o crescimento de Lula nas pesquisas animou-o a arregaçar de novo as mangas.

Depois de um encontro reservado que manteve com Lula, Renan voltou a conspirar contra as prévias. Além de Sarney, é auxiliado agora por Ney Suassuna (PMDB-PB), no Senado, e por Jader Barbalho (PMDB-PA), na Câmara.

O grupo avalia que, a essa altura, dificilmente conseguiria protelar as prévias. Seus articuladores passaram a cogitar, então, a hipótese de apresentar mais um ou dois candidatos para disputar a preferência do partido com Garotinho e Rigotto. Imaginam que a profusão de postulantes dividiria o partido de tal modo que nenhum candidato obteria maioria suficiente para obter a vitória. O que empurraria a decisão para um segundo turno, no final de março.

Nesse meio tempo, o grupo governista do PMDB tramaria a apresentação de recursos judiciais contra a sistemática de contagem de votos nas prévias. Reunida no último dia 15 de fevereiro, a Executiva do partido adotou um dispositivo que fixou pesos diferenciados para os Estados na votação, conforme a proporcionalidade entre os votos obtidos pelo PMDB em cada unidade da federação e o total de votos do partido no país.

Definiu-se que o cálculo do coeficiente que ditará o peso que cada diretório estadual terá nas prévias levará em conta apenas os votos registrados nas eleições de 2002 para deputado federal e senador. A regra gerou enorme controvérsia entre os integrantes da Executiva, deixando no ar a perspectiva de que a questão fosse levada à Justiça.

O nome preferido de Lula para compor a chapa da reeleição como vice é o de Nelson Jobim, atual presidente do STF. Ele já anunciou que pedirá aposentadoria do Supremo até o final de março. Informou que irá se filiar ao PMDB. Em tese, não planeja concorrer a nenhum cargo eletivo. Mas a assinatura na ficha de filiação o credencia para um chamamento de Lula.

No limite, ainda que a ala dita “independente” do PMDB, liderada por Michel Themer (SP), presidente da legenda, consiga impedir que o partido caia no colo de Lula, a simples inviabilização das prévias já seria um grande negócio para o presidente. O Planalto avalia que, se o PMDB for às urnas de 2006 sem candidato à presidência, aumentam as chances de Lula vencer a disputa ainda no primeiro turno.

Algo que se torna mais difícil se o candidato do PMDB for Antony Garotinho. Visto como favorito nas prévias, Garotinho ostenta índices de até 15% nas pesquisas. O governo imagina que, sem o seu nome na cédula, a maioria desses votos iria para Lula.

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