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Líderes do PSDB querem FHC longe da cena eleitoral

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Lideranças do PSDB começam a defender internamente a tese de que Fernando Henrique Cardoso passe a ter uma participação mais discreta na cena política. Acham que a superexposição a que o ex-presidente vem se submetendo nas últimas semanas está influindo na recuperação de Lula nas pesquisas.

Pelo menos um dos integrantes da cúpula do PSDB defende uma posição ainda mais radical. Acha que a discrição de FHC não bastaria. Acredita que ele ajudaria mais se concordasse em se afastar em definitivo do noticiário, restringindo suas opiniões ao público interno.

O tucanato encomendou uma rodada de pesquisas qualitativas para auxiliar na escolha do candidato do PSDB à presidência. Além de buscar dados sobre a imagem dos dois contendores –o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra-, incluíram-se nas sondagens perguntas que permitirão aferir o prestígio de FHC.

Começa a se disseminar entre os tucanos a sensação de que, ao radicalizar o debate com o PT, FHC reproduz o ambiente da eleição de 2002. Algo que ajudaria o adversário. Lula foi eleito em 2002, recorda um dos líderes ouvidos pelo blog, justamente porque a sociedade buscava algo diferente de FHC.

Desgastado à época pelos efeitos do poder longevo –estava à frente do governo havia oito anos-, FHC chegou a ser considerado em 2002 como uma influência negativa para a campanha de José Serra, candidato derrotado por Lula em segundo turno.

FHC vem pontificando no noticiário com expressões fortes. Numa oportunidade, aconselhou aos seus companheiros de partido que chamassem o PT “para a briga”. Noutra, disse que “a ética do PT é roubar”.

Na opinião de uma parte da cúpula do PSDB, o timbre agressivo teria passado à opinião pública a impressão de que, a exemplo do que ocorreu em 2002, a eleição de 2006 reproduziria o embate FHC X Lula. O que seria um erro estratégico.

Para os críticos da efervescência discursiva do ex-presidente, o partido precisa virar a página da era FHC. Defendem que, sem abandonar a linha do ataque aos erros do governo Lula, o partido passe a centrar o discurso de campanha numa plataforma propositiva, escorada no desenvolvimento econômico.

Os mesmos críticos acham que FHC erra também ao promover articulações políticas à margem da direção formal do partido. Causou irritação no partido notícia divulgada aqui a respeito de encontro com um líder do PMDB, no qual FHC ofereceu a vaga de vice na chapa tucana. Uma vaga que já está prometida ao PFL.

Pressionado pelos colegas, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), deve assumir a dianteira das articulações nas próximas semanas. Até sexta-feira, Tasso vai comunicar formalmente a Alckmin e Serra a decisão de antecipar a definição do candidato do partido às eleições presidenciais. A data limite, conforme foi noticiado aqui, é 10 de março.

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