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Líder do governo já tem 22 assinaturas para criar ‘CPI do cartão’ contra próprio governo

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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse hoje (8) que tem confirmadas 22 das 27 assinaturas necessárias para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que poderá investigar as denúncias de uso abusivo dos cartões corporativos do governo federal. Todas as assinaturas são de senadores da base aliada do governo.

Na próxima segunda-feira (11), o líder pretende apresentar, novamente, o requerimento pedindo a criação da CPI. O documento já havia sido protocolado na Secretaria Geral da Mesa na quarta-feira (6), mas, como foi alterado para complementação de informações, será reapresentado na semana que vem.

“Não estou colocando nessa conta, dos 22 parlamentares, os participantes dos Democratas e do PSDB”, disse em plenário o líder do governo.

Ele garantiu que, até a data da apresentação, haverá assinaturas suficientes. “Já estamos com 22 assinaturas confirmadas. Na segunda-feira, apresento novamente com 27, com a base do governo pedindo a CPI. Sem problema. Não é isso que irá barrar a investigação”, completou.

O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), disse que os senadores do partido pretendem se reunir com o Democratas antes de decidir sobre a assinatura do requerimento. Segundo ele, as investigações precisam ser feitas a partir de 2001, ano de criação do cartão corporativo e não nos últimos dez anos, como quer o líder Jucá.

“O que queremos é investigar cartões corporativos, que é algo novo”, disse.

Ele defendeu que haja investigação, também, sobre os gastos sigilosos da Presidência da República, como os de seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Os que compraram tapioca, que consertaram mesa de sinuca já sabemos. Precisamos de CPI para chegar aos 150 cartões que estão sob sigilo. É ali que se esconde o grande escândalo”, disse Álvaro Dias.

O líder Jucá rebateu dizendo que é fundamental que haja sigilo nos gastos de pessoas ligadas à segurança nacional. “É pior do que a piada do português que tem cartão de visita de agente secreto. Nós vamos botar no Portal da Transparência toda a movimentação secreta do governo de segurança do Presidente? É isso que se quer?”, questionou.

Nas discussões pela criação da CPI – se mista, com Câmara e Senado, ou só do Senado – o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse que “vence” quem apresentar o requerimento primeiro.

O governo alega que é preciso uma CPI para reestruturar a forma de gasto público, inclusive com investigação sobre as chamadas Contas Tipo B, sistema usado antes da criação dos cartões corporativos e que permitia o adiantamento em dinheiro para gasto com despesas.

“Eu pedi uma série histórica dos últimos dez anos para discutirmos, efetivamente, o que precisa ser investigado e normatizado. O que é gasto público e como se dá esse gasto público”, disse Jucá.

A oposição quer investigar, apenas, a partir de 2001, ano de criação dos cartões corporativos. Com isso, o foco das investigações cairia apenas sobre o governo do presidente Lula.

“A CPI do governo é uma miscelânea, uma geléia geral que semeia muita confusão e impossibilita a investigação”, afirmou Dias.

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