As articulações pela composição dos blocos partidários dentro da Assembleia Legislativa podem deixar a oposição ao governo Pedro Taques (PSDB) isolada e com a participação nas comissões permanentes da Casa comprometida. De acordo com o líder do Executivo no Parlamento, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), a intenção da base governista é compor um bloco com até 20 dos 24 parlamentares. Na lista do tucano só não estão inclusos os três deputados do PMDB -Romoaldo Júnior, Janaína Riva e Silvano Amaral – e o único do PDT – Zeca Viana.
A composição será possível no caso de o PSD, que hoje tem a maior bancada do Legislativo, com seis parlamentares, aceitar o convite para integrar o bloco majoritário, que atualmente já conta com 14 deputados. O mesmo convite ainda pode ser estendido ao deputado José Carlos do Pátio, único representante do Solidariedade na Casa. “O PSD é o partido do vice-governador, então nós o queremos. Nós teríamos quatro (deputados) do PSDB, quatro do PSB, um do DEM, um do PV, um do PSC, dois do PR, e seis do PSD, totalizando 19. Quanto ao Zé do Pátio, nós vamos fazer uma conversa com ele e o resultado ainda não sabemos”.
A articulação vai permitir ainda, de acordo com o tucano, que o bloco majoritário tenha direito a ocupar quatro das cinco vagas de cada uma das 14 comissões permanentes do Parlamento, além das comissões parlamentares de inquérito que venham a ser instaladas. Isso porque a distribuição destes cargos é feita com base no princípio da proporcionalidade partidária, ou seja, a legenda ou bloco que tem mais representantes, tem direito a mais espaço.
Fim dos blocos
Dentro do PSD, no entanto, a intenção dos parlamentares é acabar com a formação dos blocos e fazer com que a composição das comissões seja definida com base na representação dos partidos isoladamente. Na avaliação do deputado José Domingos Fraga (PSD), este é um cenário que pode favorecer a legenda, já que ela detém a maior bancada do Legislativo. A proposta, todavia, já sofre resistência. Presidente da Mesa Diretora, o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) já antecipa que trabalhará contra a mudança.
A preocupação do tucano é com a exclusão daqueles parlamentares que são os únicos eleitos pelas suas siglas, como é o caso de Dilmar Dal’ Bosco (DEM), Pery Taborelli (PSC) e Zé do Pátio (SD). “Eu sei que essa é a regra do jogo, pode ter ou não os blocos, mas quando nós fizemos as composições, ninguém esperava que fosse ter uma reforma política. Então, dentro da legalidade é possível não ter blocos, mas nós vamos desprestigiar muitos partidos que estão colaborando. Eu sou contra essa proposta. Politicamente, vou trabalhar para que tenha os blocos”, pontua.