O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), considerou “um tiro no pé” a decisão do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) de não apresentar amanhã o parecer na Comissão de Constituição e Justiça sobre a terceira representação contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Ontem, Arthur Virgílio anunciou que só irá apresentar o parecer na próxima semana o que deve atrasar ainda mais a votação do processo em plenário, inicialmente marcada para quinta-feira (22).
Segundo Casagrande, a decisão de adiar a apresentação do parecer do caso Renan Calheiros é uma manobra da oposição para adiar a votação da emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e que pode favorecer Renan Calheiros com o atraso na votação de seu processo.
“O senador Arthur Virgílio tomou uma medida para prejudicar a CPMF que pode salvar o Renan. O governo ficou cada vez mais refém”, disse. “A decisão partidária do PSDB é equivocada. O Senado poderia estar resolvendo o caso e quanto mais demora, pior fica a situação. O mais sensato seria votarmos ainda esta semana [o processo contra Renan]”, acrescentou.
Casagrande lembrou que foi um dos relatores da primeira representação contra Renan Calheiros e que, por isso, é um senador diretamente interessado em liquidar rapidamente o problema. “Não quero que um processo seja utilizado politicamente pelo governo nem pela oposição para prejudicar a CPMF”, disse acrescentando que teme que a Casa chegue ao ano que vem sem votar todos os processos contra Renan Calheiros e que a crise continue.
A licença de Renan Calheiros da presidência do Senado termina no domingo (25). A expectativa é de que ele prolongue o afastamento do cargo para que a Casa possa votar seus processos e também a CPMF. Casagrande disse que a renúncia é uma possibilidade e descartou uma possível volta do presidente licenciado ao cargo. “Sem ele está difícil. Com ele fica impossível”.