O deputado Nilson Leitão (PSDB), vice-líder do PSDB na Câmara, apresentou requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle convocando o Ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, para prestar esclarecimentos acerca do déficit do fundo de pensões dos Correios e solicita audiência pública com o presidente da Postalis para debater sobre o assunto.
Criado em 1981, o Postalis é uma entidade de previdência complementar com autonomia administrativa e financeira que foi criada com o objetivo de garantir aos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT benefícios previdenciários complementares aos da Previdência Oficial.
Em 2013, a imprensa denunciou a má administração dos investimentos que estavam sob o controle de dois partidos, PT e PMDB. Atualmente o fundo possui um déficit de R$ 5,6 bilhões, o que significa prejuízos enormes que, de acordo com Conselho deliberativo do Postalis, serão impostos aos funcionários da empresa com a redução de um quarto de seus salários descontados a partir de Abril deste ano pelo período de 15 anos e meio.
A contribuição extra terá um forte impacto sob os salários, ou seja, um funcionário que tem salário de R$ 10 mil, por exemplo, receberá R$ 2.598 a menos no final do mês apenas para cobrir o déficit, além do valor da contribuição já definida.
“É preciso que exista um olhar mais atento em relação às irresponsabilidades e a má gestão dos responsáveis pela administração e investimentos dos fundos de pensão. Os funcionários não podem ser responsabilizados e obrigados a arcar com essa dívida”, defende Leitão.
De acordo com o plano para equacionamento do déficit, a contribuição mensal será inicialmente de 25,98%, sendo que, a cada ano o valor passa a sofrer novos reajustes de acordo com o retorno dos investimentos e a expectativa de vida dos participantes.
Para o deputado “os efeitos que um desconto dessa natureza produz na vida de um aposentado ou de um funcionário em atividade se torna insuportável, principalmente, se levar em consideração a atual situação econômica que o país vem atravessando”.