Agentes comunitários participarão das ações de interlocução entre a Agecopa e moradores de áreas iregulares que terão de ser desocupadas para a construção da avenida Parque do Barbado, em Cuiabá. O trabalho é resultado de uma parceria entre a autarquia e o Judiciário, por meio do programa Justiça Comunitária. "Buscar o envolvimento da população é fundamental no processo de transformação da cidade para a Copa do Mundo, em que o impacto chega ao cidadão no momento das intervenções, com o alargamento das avenidas e com outras obras que são de interesse público", disse o presidente da Agecopa, Eder Moraes.
Em uma reunião realizada com o núcleo do programa Justiça Comunitária, coordenado pela magistrada Ana Cristina Silva Mendes, a Agecopa oficializou o interesse em realizar o trabalho conjunto e encaminhará ao grupo o levantamento socioeconômico dos moradores da região de desocupação, que será elaborado este mês pelo Departamento de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Em contrapartida, o Judiciário formulará o projeto da parceria. Os 45 agentes comunitários prestadores de trabalho voluntário à Justiça em Cuiabá serão treinados para dialogar e ouvir as demandas dos moradores de bairros, em uma atuação simultânea com a Agecopa. "Precisamos conhecer a realidade dessas pessoas que terão de migrar, o lugar para o qual elas irão e também o projeto da Agecopa, para que possamos realizar atividades efetivas que tenham foco no interesse público e que amparem esses moradores. A conciliação é importante para que todos saiam favorecidos", disse a juíza que coordena o grupo.
O coordenador da Agecopa, Maurício Guimarães, destacou que os trabalhos são realizados de forma a minimizar os impactos sociais e que as intervenções de mobilidade urbana são de extrema importância para a Capital. "São obras que Cuiabá não pode perder a chance de executar, pois a cidade precisa dessas mudanças há anos e somente agora surgiu a chance delas se concretizarem", disse.
Guimarães pontuou que solicitará à Secretaria das Cidades que envie ao núcleo da Justiça Comunitária o relatório com as casas que serão removidas e os locais passíveis de abrigar as 403 famílias que hoje vivem nas áreas irregulares. "Essa mudança é positiva, pois hoje essas pessoas vivem em áreas de risco ou em Área de Preservação Permanente", falou o coordenador da autarquia.
A avenida Parque do Barbado já possui licença prévia e licença de instalação para o primeiro trecho da obra, que se estende da Universidade Federal de Mato Grosso até a avenida Arquimedes Pereira Lima. Os processos executivos da primeira etapa são finalizados e o projeto será licitado nas próximas semanas.
O projeto da nova avenida da Capital existe há quase duas décadas. A obra será um dos principais pontos de reestruturação do trânsito, interligando importantes vias de Várzea Grande ao CPA, em Cuiabá. A obra também revitalizará trechos dos municípios e é construída com projeto de paisagismo e reurbanização, contando com ciclovias e arborização de áreas públicas.