Ex-governador de Mato Grosso e um dos principais adversários do MDB no passado, Júlio Campos (DEM), defendeu a indicação de nomes do MDB para o 1º e 2º escalão do futuro governo Mauro Mendes (DEM), que até a semana passada, tinha endurecido os argumentos de que o MDB não teria muito espaço em sua gestão. Para Júlio, esse mal estar prejudica o início da gestão democrata, mas acredita que tudo deverá ser resolvido nos próximos dias. “O Mauro tem tempo daqui até a posse, encontrar um meio acomodar o MDB que é um parceiro importante”, disse.
Campos também reconhece o tamanho do MDB e a ajuda que a sigla deu na eleição de Mendes ao Palácio Paiaguás, já que o o partido elegeu dois deputados federais – Carlos Bezerra e Juarez Costa – e 3 deputados estaduais – Janaina Riva, Thiago Silva e Dr João. “Nos ajudou com tempo de tevê e com votos”, lembrou.
A crise entre MDB e Mendes começou na semana passada, quando o líder da sigla, Carlos Bezerra, emitiu um comunicado oficial, dizendo que o partido não indicaria nenhum nome para fazer parte da gestão Mauro Mendes. O principal motivo seria o fato do MDB ter exigido que o setor de agricultura familiar não ficasse sob o comando da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), já que a proposta é de fusão da Secretaria de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária.
Após o mal estar, Mendes teria aceitado a recuar da sua decisão e garantir a permanência da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), que aumentaria para 16 o número de secretarias. Caso isso se confirme, o deputado estadual Silvano Amaral (MDB), que não conseguiu se reeleger, deve assumir o cargo.
“Muitas vezes pode se dar apenas uma posição de destaque no 1º escalão, mas pode dar espaço no 2º escalão. Eu faço força e torço para que o MDB seja prestigiado no governo como merece”, finaliza Júlio Campos.