A desistência do senador Jayme Campos (DEM) em disputar a reeleição pelo bloco oposicionista alegando “falta de unidade na coligação” e falta de ética por parte de integrantes de alguns partidos ainda não é fato superado dentro da coligação Coragem e Atitude Pra Mudar encabeçada pelo senador Pedro Taques (PDT), candidato ao governo. Mas dentro da família Campos, o tema já é tratado como “águas passadas”, afirma o irmão de Jayme, o deputado Júlio Campos. Ele diz que a desistência mostra que a família não tem apego por cargos e que Jayme saiu "por cima da carne seca" ao recuar mesmo liderando todas as pesquisas eleitorais.
“Um candidato que tem 40% dos votos válidos de Mato Grosso para sua reeleição numa eleição que não tem 2º turno. Se ele mantivesse os 40% estaria eleito”, disse, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá, destacando a preferência do irmão entre os 5 candidatos que disputando uma única vaga à senatória. “O Jayme Campos estava altamente viável numa reeleição até certo ponto tranquila. Mas não adianta só ganhar eleição sem ter o prazer de estar participando de uma campanha, o espírito de lealdade de companheirismo então foi preferível ele realmente abrir mão desse direito”, enfatizou Júlio
Ele destacou Jayme e ele são políticos profissionais que vivem de candidatura e exercem “mandato para servir o povo de Várzea Grande, de Cuiabá, de Mato Grosso. Ninguém faz questão de cargo. Eleição se disputa com conteúdo político ideológico, programa de governo administrativo, programa de atuação parlamentar, então tudo isso nesse instante nós estávamos bem pontuados perante a opinião pública”, disse ele citando os percentuais das pesquisas que apontavam o senador democrata como líder e em condições de ganhar a eleição.
Na entrevista, Júlio Campos reafirmou os motivos de desistência publicados numa nota oficial divulgada na terça-feira (22), um dia depois do anunciou que surpreendeu Pedro Taques e as lidenaças partidárias da coligação oposicionista. Disse que faltou a lealdade partidária dentro da coligação composta pelas 13 siglas (PDT, PP, DEM, PSDB, PSB, PPS, PV, PTB, PSDC, PSC, PRP, PSL e PRB). “Já foi exposta em nota oficial faltou ambiente de solidaridade, de amizade, companheiro em grandes partes de membros desta coligação. Faltou a lealdade partidária. Antes que o processo contamine mais é preferível deixar a candidatura já que não há uma unidade, já que não há solidariedade, compaheiros, a lealdade, o candidato sentiu que era o momento de sair e sair cedo, antes de por a campanha na rua”.
O deputado disse ainda que o senador tomou a decisão para que a campanha de Pedro Taques não fosse prejudicada. “É claro que não vamos citar nomes, mas a imprensa sabe que muitos fatores agregaram tudo isso, a falta de colocação de candidatos a proporcionais que não colocavam e não apoiavam o senador e não foi esse o compromisso firmado antes da convenção. Então para evitar um trauma maior, uma dificuldade maior na viabilização da candidatura do nosso candidato a governrador Pedro Taques era preferível o senador Jayme Campos Campos e entregar para os partidos coligados essa vaga para ser preenchida por quem bem interessar”, ressaltou.
Júlio considera que mesmo sem a lealdade que deveria ter, é melhor deixar assim, pois o Jayme abriu mão sem vaidade, sem ressentimento, sem mágoa. "Renúncia de candidatura é como morte, no primeiro dia o pessoal chora muito, no segundo dia um pouco menos, no sétimo dia já está mais conformado, no oitavo dia é bola pra frente quando a viúva dele já está cassando namorado”, justificou.