A juíza Selma Rosane Santos Arruda, titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, mandou transferir o ex-secretário chefe da Casa, Pedro Nadaf, do Centro de Custódia da Capital, local onde ele estava preso desde o dia 15 de setembro de 2015. Com isso, ele foi levado na última sexta-feira (15) para a base Serviço de Operações Especializadas (SOE), localizada na região do CPA. A decisão dela foi própria, sem pedido da defesa.
Os 2 advogados de Nadaf confirmaram que a iniciativa não partiu deles. “Eu fiquei sabendo dessa transferência direto pelo Centro de Custódia”, informou , Willian Calil.
Pedro Nadaf foi foi alvo de 3 prisões preventivas decretadas na Operação Sodoma (1ª e 2ª fase) e Operação Seven. Por enquanto, só conseguiu revogar 1 delas. Ele é acusado de participar de pelo menos 3 esquemas criminosos na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) que também foi alvo de 3 prisões e continua preso no Centro de Custódia. Na unidade, também está preso o ex-secretário de Fazenda, Marcel de Cursi, alvo de 2 prisões (1ª e 2ª fase da Sodoma).
A assessoria de imprensa da 7ª Vara Criminal explicou que a decisão está sob sigilo e por isso não pode divulgar os motivos que motivaram a transferência de Nadaf depois de ficar preso por 7 meses no Centro de Custódia. No entanto, acredita-se que entre os motivos está a suspeita de que os réus estariam se comunicando entre eles, prática proibida conforme consta nas decisões que decretaram as preventivas.
Na última sexta-feira, mesmo dia em que Nadaf foi transferido, a juíza Selma Rosane presidiu uma audiência de instrução na qual o réu Júlio César Domingues Rodrigues afirmou que matinha contato com o ex-deputado José Riva que também estava preso no Centro de Custódia. Ele disse que eles conversavam através de uma janela da cela.
No caso de Pedro Nadaf, a defesa pontua que não tinha nenhuma objeção quanto ao espaço onde ele estava detido. “Até poque lá pra nós é um local tranquilo. O que fiquei sabendo é que a Selma Rosane foi quem mandou transferir ele (Nadaf). Acredito que é porque lá tem outros réus que não podem manter contato e isso seria para separar eles, evitar comunicação entre os réus. Pode ter acontecido alguma coisa nesse sentido”, avaliou Khalil em entrevista ao GD.
A defesa de Pedro Nadaf ainda aguarda decisões em 2 habeas corpus que pedem a revogação das prisões decretadas por Selma Rosane. A Operação Sodoma investiga diferentes esquemas de corrupção que incluem cobrança de propina e prática de extorsão de empresários beneficiados por incentivos fiscais e também propina para a manutenção de contratos que empresas tinham com o Estado. Na Operação Seven, o alvo foi um esquema envolvendo a compra de um terreno em duplicidade com prejuízo aos cofres no valor de R$ 7 milhões.