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Juíza de Cuiabá crê em sentenças contra políticos no próximo ano

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“A gente vê muito preso por furto e pouco preso por corrupção”, afirmou a juíza titular da 7ª Vara Criminal da capital, Selma Arruda, em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Record, ontem. Ela, que teve grande participação nos julgamentos das principais operações que prenderam agentes políticos neste ano, explicou que 2017 deve ser o ano de definições para muitas dessas investigações.

De acordo com a magistrada, é preciso a criação de novos órgãos de controle e uma Reforma Política mais aprofundada para evitar os desvios em campanha. “As operações policiais deflagradas em 2015 e 2016 deverão ter suas sentenças conhecidas no próximo ano. Para 2017 deverão sair às sentenças das operações Sodoma, Seven, Imperador e Ventríloquo. As instruções foram encerradas e estão na fase de diligências. Em seguida, entrará nas alegações finais e a fase de sentença. As decisões vão ser tomadas dentro da maior brevidade possível e vamos continuar torcendo para que a corrupção diminua”.

A juíza ressaltou que já foram devolvidas grandes quantias aos cofres públicos nos últimos anos e que a colaboração premiada vem ajudando nas investigações. “Mais de meio milhão já foi devolvido. No caso da Sodoma, nós conseguimos recuperar já alguns milhões. A colaboração premiada eu vejo vantagem porque uma das coisas que se exige é a reparação do dano. Então, a pessoa devolve aqui o que o Ministério Público entende que foi desvio. É muito difícil chegar a um ressarcimento integral, mas conseguimos o possível”.

Outra colocação apontada pela magistrada é que os casos de corrupção devem ser investigados até mesmo antes do governo Silval Barbosa (PMDB). “O que existe é uma constatação óbvia que a corrupção não foi inventada no governo Silval Barbosa. O que eu digo é que não devemos limitar essas investigações, nós temos que ir até aonde a prescrição alcançar, seja no governo de quem for”.

“Os órgãos e controle estão bem melhores do que já foram e a criação no Brasil está nos trazendo meios de combater a corrupção, mas é claro que se nós conseguíssemos prevenir seria mais vantajoso. Os políticos são o reflexo do que a nossa população é. O brasileiro é muito leniente com a corrupção. Acho que gente precisa mudar nossa cultura para ter um país melhor do que achar que essas operações vão mudar o rumo do Brasil”, disse Arruda.

Mesmo questionando o atual modelo político, Selma não descarta a possibilidade de ser candidata a algum cargo eletivo. A magistrada ficou conhecida após mandar para cadeia o ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva e diversos secretários de Estado que praticaram corrupção no exercício de cargo público. “A minha decisão é a mesma. Vou permanecer na carreira. Como cidadã, todos temos direito de optar por isso, e pode acontecer. Não descarto nada. Porém, no momento sou magistrada e estou jurisdicionando. Tenho uma missão para concluir e não sabemos quanto tempo esses processos irão demorar sentenciar”.

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