O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, atualmente lotado na 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, não vai comentar sobre o caso envolvendo escutas telefônicas ilegais contra políticos, empresários, jornalistas e médicos que foi denunciado em rede nacional.
Apontado como o magistrado que autorizou as interceptações contra pessoas investigadas por tráfico de drogas e na lista foram inseridos números de pessoas que nada tinham a ver com a investigação principal, Jorge Alexandre disse que qualquer posicionamento ou comentário sobre o assunto será feito pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso ou pela Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam).
“Não quero comentar porque o procedimento está em segredo de justiça”, disse o magistrado em referência ao procedimento sigiloso determinado pelo presidente do Tribunal de Justiça, Rui Ramos Ribeiro.
Na época da autorização das escutas, em 2014, Jorge Alexandre estava lotado na Comarca de Cáceres e teria atendido a um pedido feito pela Polícia Militar. Questionado sobre o teor da decisão ele também não quis se manifestar. “Como que vou lembrar se trabalho com um monte de processos”.
A desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, corregedora-geral de Justiça do Estado, já solicitou informações dos juízes que atuam nas varas criminais de Mato Grosso e apreciaram pedidos de interceptação telefônica. Eles terão prazo de 5 dias para atender a determinação da magistrada que foi motivada por causa do escândalo de escutas ilegais denunciado pelo promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança, Mauro Zaque.
Consta na denúncia que o governador Pedro Taques (PSDB) foi informado sobre as escutas ilegais e nada teria feito para investigar os responsáveis. A deputada estadual Janaina Riva (PMDB), oposição ao governo de Taques foi uma das pessoas grampeadas e agora quer uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar o esquema de escutas clandestinas a fim de descobrir qual era a finalidade e a mando de quem.