O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, vai depor na CPI dos Bingos no próximo dia 16. Ele confirmou que pretende revelar como funcionava o esquema de financiamento de campanhas eleitorais no Estado, a partir da sincronia política entre políticos e o crime organizado, liderado por João Arcanjo Ribeiro, que se encontra preso em Montevidéu, no Uruguai, aguardando encerramento do processo de extradição. “Falarei sobre tudo” – prometeu o magistrado, antecipando momentos de muita tensão.
Munição é o que não faltará ao magistrado federal. Julier há anos vem atuando nos processo movidos pelo Ministério Público Federal contra proeminentes figuras do mundo político. Ele adiantou que pretende relatar aos senadores e deputados da CPI as ligações entre os bingos e jogos proibidos com o crime organizado e suas relações políticas. No processo mais rumoroso tramitando na 1ª Vara, contra João Arcanjo Ribeiro, existem ainda evidências da proximidade do criminoso com a Máfia Espanhola.
O magistrado afirmou ainda que pretende esclarecer duvidas que senadores e deputados tiverem sobre o que foi investigado na Máfia dos Bingos. “Tudo o que for público nos processos eu colocarei à disposição da CPI” – disse Julier, que admite tratar também da possibilidade de ligação entre o crime organizado de Mato Grosso e a morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP).