A prefeitura e o comércio de Juina ficarão fechados na próxima 5ªfeira (5) em protesto ao decreto presidencial 6.321/2007, que proíbe o desmatamentos para expansão agrícola em 19 municípios mato-grossenses. Juina é o 4º na relação dos que mais desmataram nos últimos 5 meses de 2007, de acordo com dados do INPE -Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-. A decisão foi tomada neste sábado em reunião de lideranças políticas, empresariais e de outros segmentos. “Vamos fechar o comércio, em apoio aos segmentos produtivos da cidade”, confirmou o presidente da Associação Comercial, Xél Silvério.
A mobilização será no Centro de Eventos e está confirmado a presença de representantes da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), para esclarecer pontos importantes sobre o decreto do governo Lula. “Queremos entender de forma detalhada o significado desse decreto”, afirmou o presidente do Sindicato Rural, Adailton Rios.
Para o assessor jurídico da prefeitura José Antônio Pillege Rodrigues, o decreto é político, influenciado por ONGs. “A impressão é que para ser petista, é preciso ser indigenista e ambientalista porque, sem conhecimento de causa, eles (governo) simplesmente nos proíbem e acham que somos criminosos”, criticou.
O decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 21 de fevereiro e desde a sua divulgação, tem deixado a população juinense apreensiva. O documento cria mecanismos para inibir o avanço do desmatamento ilegal na Amazônia, especialmente nos municípios onde essa prática é mais acentuada. “Na minha opinião esse decreto é inconstitucional e arbitrário, é irresponsável”, atacou o prefeito Hilton Campos (PR).
Equipes da Defesa Civil da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) também estiveram em Juína fazendo levantamento nos 15 pontos apontados pelo DETER como áreas desmatadas, para contestar os dados. “A maioria dos focos encontrados foi em assentamentos do INCRA. Tivemos sim desmate novo, mais é minoria”, garantiu Maria Jose da Silva Xavier, analista técnica ambiental.