O ex-deputado estadual José Riva recebeu, hoje, uma tornozeleira eletrônica que passa a monitorar todos os seus passos de agora em diante. Depois de passar o final de semana livre do equipamento, ele foi ao Fórum de Cuiabá, por volta das 12h30, acompanhado do advogado Mário de Sá e recebeu a tornozeleira conforme determinou a juíza plantonista, Renata do Carmo Evaristo, que expediu o alvará de soltura, na última sexta-feira (8). Ele ficou preso por 178 dias.
A decisão da juíza foi em cumprimento ao despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que revogou a prisão preventiva de Riva decretada em outubro de 2015 pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda. A imposição das cautelares foi uma iniciativa da Justiça de Mato Grosso, pois o ministro do Supremo não determinou o uso de tornozeleira ou outras cautelares.
Ao deixar o Fórum, já utilizando a tornozeleira, José Riva disse que teve um final de semana normal junto da família e que agora tem a oportunidade de conviver com os netos e com os filhos. Sobre a ida ao Fórum para receber o equipamento que vai monitorá-lo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa disse que foi tranquilo. “Nada de mais, é um procedimento que, de certa forma, é até bom pra mim porque vou estar sendo acompanhado e eles vão saber meus passos”.
Riva estava preso no Centro de Custódia da Capital desde o dia 13 de outubro quando o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado deflagrou a Operação Célula Mãe que investigou um esquema de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa entre 2013 e 2014. O ex-deputado é apontado como o chefe do grupo criminoso composto ainda por seus ex-chefes de gabinete, Geraldo Lauro e Maria Ribeiro Ayres Caramelo.
Na ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal sob a juíza Selma Rosane também são réus os delatores do esquema, a ex-servidora da Assembleia, Marisol Castro Sodré e o contador Hilton Carlos da Costa Campo, mas ambos já foram interrogados em outra audiência. No total, foram denunciadas 24 pessoas, mas houve desmembramento do caso para priorizar os réus presos.
Na denúncia, o Ministério Público afirma que foi desviado R$ 1,7 milhão da verba de suprimento, dinheiro que era utilizado pelos gabinetes dos deputados para pequenas compras sem licitação com valores entre R$ 4 e R$ 8 mil.