O governador José Melo (PROS) foi reeleito no Amazonas no segundo turno, após virar a disputa com o senador Eduardo Braga (PMDB). No primeiro turno, Braga havia sido o mais votado, com 43,16% dos votos, enquanto Melo obteve 43,04% – uma diferença de apenas 0,12 pontos percentuais, ou 1.907 votos.
No último domingo (19), o governador reeleito foi envolvido em uma denúncia. A revista "Veja" e, depois, o jornal "Folha de S.Paulo" divulgaram a gravação de um diálogo entre o subsecretário de Justiça do Estado, major Carliomar Barros Brandão, e o traficante preso José Roberto Fernandes Barbosa, um dos líderes da facção Família do Norte, que prometeu até 100 mil votos a Melo.
Em troca, Brandão diz na gravação que "ninguém vai mexer" com os criminosos. Procurado, o governo do Amazonas informou que exonerou o major Brandão do posto e que irá apurar se o conteúdo da gravação é verdadeiro.
Esta foi a primeira vez que a eleição para governador do Amazonas foi para o segundo turno.
A 17 dias das eleições do primeiro turno, o Ministério Público Eleitoral do Amazonas pediu a cassação da candidatura de Melo à reeleição por suspeita de abuso de poder político.
O pedido foi feito com base na gravação de uma reunião da cúpula da Polícia Militar do Estado em que tenentes, coronéis e capitães falam em "uma ação integrada" em prol da campanha de Melo. Tropas teriam sido liberadas para gravação de propaganda e os contrários ao esquema, "perseguidos". Por meio de seu advogado, Melo negou as acusações.
Melo também foi multado em R$ 20 mil pela Justiça Eleitoral por propaganda eleitoral antecipada.