O ex-ministro-chefe da Casa Civil deputado José Dirceu (PT-SP), entregou no final da tarde desta segunda-feira, por meio dos seus advogados, sua defesa ao Conselho de Ética da Câmara. Dirceu foi acusado de quebra de decoro parlamentar por ter supostamente organizado o esquema de pagamento de mesadas no Congresso, o chamado “mensalão”. Em sua defesa o deputado alega que a acusação é um “delírio”, “fruto de uma mente doentia.”
A representação contra Dirceu foi movida pela presidência do PTB a pedido do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que também é alvo de uma representação no Conselho por quebra de decoro por ter feito as acusações sobre o “mensalão” sem apresentar provas.
No documento, Dirceu afirmou que “repele com toda veemência e de modo categórico a prática dos atos sugeridos na representação, frutos exclusivos de uma mente doentia ou de mirabolante estratégia destinada a desviar o rumo da investigação que efetivamente merece ser feita, que é relacionada com a comprovada prática de corrupção por funcionário de empresa estatal ligado ao deputado Roberto Jefferson”.
O ex-ministro alegou também que jamais participou de “qualquer conluio com a finalidade de levantar fundos para pagar o mensalão”. No documento, o ex-ministro atacou Jefferson, que segundo ele nunca escondeu “seus instintos primitivos” e o desejo de atingir a honra de José Dirceu.
Na sua defesa, Dirceu citou ainda os depoimentos de Marcos Valério Fernandes de Souza e sua mulher, Renilda Santiago Fernandes de Souza. “Os depoimentos de Marcos Valério e Renilda mostram que nunca houve levantamento de fundos para pagar parlamentares.”
Segundo Dirceu, os depoimentos deixam claro que o dinheiro repassados aos congressistas foi usado para saldar dívidas de campanhas eleitorais. O deputado diz ainda que o Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares já afirmam que os empréstimos foram tomados depois de fevereiro de 2003, quando Dirceu tá tinha se afastado das funções partidárias para ocupar a Casa Civil.
Dirceu aproveitou a defesa no Conselho de Ética para lembrar seu passado de luta e combate ao regime militar. Ainda na sua defesa, o deputado ressaltou que o Conselho de Ética não tem competência para jugá-lo, já que os atos que lhe são imputados ocorreram no período em que ele ocupava a Casa Civil.
O deputado anunciou sua intenção de recorrer de qualquer decisão que venha a ser tomada em todas as instâncias necessárias, inclusive no STF (Supremo Tribunal Federal).