O presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), que faltou ontem no depoimento à Corregedoria da Câmara, apresentou sua defesa escrita e enviou os nomes das testemunhas que quer que sejam convidadas a depor no Conselho de Ética da Câmara sobre o pagamento de mesada por parte do PT para deputados da base aliada, o chamado “mensalão”.
Jefferson tem direito a cinco testemunhas, mas no documento apresentou 21 nomes, entre eles os dos deputados Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Bispo Rodrigues (PL-RJ), José Janene (PP-PR), Sandro Mabel (PL-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Raquel Teixeira (PSDB-GO) e Miro Teixeira (PT-RJ).
O ex-deputado Benedito Domingos (PP-DF); Maria Cristina Mendes Caldeira; o tesoureiro do PT, Delúbio Soares; o presidente do partido, José Genoino; o secretário-geral Silvio Pereira; o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e sua ex-secretária Fernanda Karina Ramos Somaggio; José Francisco das Neves, presidente da Valec; os diretores dos Correios Eduardo Medeiros de Moraes e Maurício Coelho Madureira; além dos ministros José Dirceu (Casa Civil), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Walfrido Mares Guia (Turismo), também estão entre os nomes indicados pelo presidente do PTB.
Segundo o relator Jairo Carneiro (PFL-BA), Jefferson será notificado que, das testemunhas apresentadas por ele, apenas cinco serão convidadas e que ele terá que escolher.
O que deve facilitar a escolha do deputado é o fato do próprio relator querer ouvir todos os deputados citados por Jefferson no depoimento desta terça-feira ao Conselho de Ética. “Vamos sugerir que todos os deputados citados aceitem comparecer ao conselho espontaneamente, isto é, se proponham a depor sem a necessidade de que sejam convidados”, afirmou Carneiro.
Na defesa, Jefferson ainda classificou a representação movida contra ele, pelo presidente nacional do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), como “inepta, incapaz de atingir a sua declarada finalidade, e improcedente, sendo indisfarçável seu caráter intimidatório.”
O deputado do PL o acusa de quebra de decoro parlamentar por ter feito várias denúncias, sem provas materiais, contra deputados da bancada do PL e do PP.
O presidente do PTB relembrou a inviolabilidade de um congressista por suas opiniões, palavras e votos. Ele alega que estava no exercício de suas funções ao denunciar o questão do “mensalão”, agindo “na ética do interesse público” e que “quem deveria ser alvo destas representações são os denunciados”.