O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou que o tesoureiro licenciado do PT, Delúbio Soares, foi quem o informou sobre pagamento de “mensalão” a quatro deputados: José Janene (PP-PR), Pedro Henry (PP-MT), Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Valdemar Costa Neto (PL-SP). Este último renunciou ao mandato.
Segundo Jefferson, que depõe neste momento na CPI Mista da Compra de Votos, os recursos eram entregues a esses quatro deputados para que eles repassassem a outros integrantes das suas bancadas. Os deputados acusados negam.
Ele está depondo, neste momento, na CPI Mista da Compra de Votos e afirmou ainda que a origem da corrupção no Congresso Nacional está no governo federal. “A corrupção não está aqui, está do outro lado da rua”, afirmou, em referência ao Palácio do Planalto, que é separado por uma rua do Congresso.
Questionado pelo deputado José Rocha (PFL-BA) sobre quem no Planalto sabia do esquema de “mensalão”, Jefferson reiterou que o ex-chefe da Casa Civil deputado José Dirceu (PT-SP) era o chefe do esquema e que o então ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Luiz Gushiken também sabia da prática. A Casa Civil funciona no Palácio do Planalto.
Apesar da denúncia, Jefferson disse ter segurança de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia do esquema de “mensalão”, porque ele “delegou a chefia do governo a José Dirceu e preocupou-se muito mais em ser um chefe de Estado”.
O depoimento de Jefferson prossegue na sala 6 da ala Nilo Coelho, no Senado.