O senador Jayme Campos (DEM), que não costuma ter papas na língua, foi cauteloso ao comentar a fala do governador Mauro Mendes (DEM) dizendo que não seria “razoável” o Democratas brigar para ter uma suplência na chapa do ex-prefeito de Sinop e ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB) ao Senado. Na avaliação de Jayme, seu irmão, o ex-governador Júlio Campos tem o direito a pleitear o apoio da sigla.
“Eu acho que isso [suplência de Júlio] é democrático, que tem todo direito, e obviamente o partido vai entender. Não tenho dúvida alguma que o próprio governador vai entender que Júlio Campos merece ser suplente até por seu trabalho, pela sua história como homem público de Mato Grosso”, declarou, em entrevista coletiva.
Conforme Só Notícias informou, o governador Mauro Mendes disse que “o DEM já tem um governador, um presidente da Assembleia e um Senador. Ter uma suplência de Senado a mais não me parece razoável para um partido que quer tanto”.
O Democratas tem a ala do governador defendendo a manutenção do apoio à candidatura do senador interino Carlos Fávaro (PSD), que em 2018 integrou a aliança para eleger o governador. Junto com Mendes estão o presidente estadual do partido e pré-candidato a prefeito de Cuiabá, Fábio Garcia, e o presidente do DEM na capital e secretário de Cultura e Esportes, Alberto Machado.
Do outro lado está a família Campos, que, bronqueada com “traições” de Fávaro no decorrer da campanha de 2018, anunciou apoio à candidatura de Leitão em troca da primeira suplência para o ex-governador Júlio Campos, que abriu mão de disputar o Senado por ser do grupo de risco e não poder estar presente na campanha durante a pandemia do novo Coronavírus. Junto com os Campos está o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, que é líder do governo Mauro Mendes na Assembleia Legislativa.
Diante do impasse, a decisão, que tradicionalmente é tomada em consenso no DEM, deverá ser tomada em rara votação na convenção.