O senador Jayme Campos (União) cobrou, hoje revisão geral do setor elétrico brasileiro no tocante à política de preços para tarifas cobradas ao consumidor. Ele afirmou que, caso as regras não sejam alteradas, vai votar favoravelmente ao projeto de decreto legislativo que susta medidas adotadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que estaria encarecendo o custo final. Segundo o senador, “a conta não fecha”. “Se está sobrando energia tem que baixar. Esse país vem errando há muitos anos” – disse, durante debate na Comissão de Infraestrutura para tratar de detalhes do projeto.
Jayme considera que “é inadmissível o que está se praticando no Brasil” e acredita que o setor elétrico brasileiro “tem que ser revisto no seu conjunto da obra; todo ele”. Para ele, existe um “contrassenso invejável” no setor. Ele ressaltou o caso de Mato Grosso, que é um dos maiores exportadores de energia do Brasil, produzindo muito mais do que se consome, mas que enfrenta falta de energia em diversas regiões.
Esse assunto, inclusive, foi tratado na última audiência pública com a participação do diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa. Na ocasião, o senador mato-grossense lamentou que o Estado enfrente a escassez de disponibilidade de energia, sobretudo de empresas que desejam estabelecer novos empreendimentos, como plantas frigoríficas e da agroindústria.
“Temos uma demanda reprimida que é o mesmo que se consome. É uma vergonha. Fico intrigado. A conta não fecha” – lamentou, ao pregar mudanças no segmento. Ele lembrou que em 10 anos, no Estado, passaram três empresas e que a atual concessionária de distribuição, a Energisa, adquiriu o monopólio por apenas R$ 1,00 da Rede. “Enchem a tarrafa, embolsam, ficam fofo da grana e vaza. Depois vende por 1 real. É inexplicável isso” – ponderou.
Jayme também afirmou que está insatisfeito com o trabalho da Agência Nacional de Energia Elétrica “por não tomar as providências”. Segundo ele, a ANEEL tem se limitado apenas a autorizar aumento de tarifas. “Algo tem que ser feito, caso contrário, vamos pagar a conta bem cara e o povo vai nos cobrar” – pregou