A abertura da janela que permite a parlamentares a troca de partido sem o risco de perda do mandato deve oficializar dentro da Assembleia Legislativa o que já vinha se observando desde o início desta legislatura: uma base governista mais numerosa que a oposição. As migrações que vêm sendo costuradas apontam o PSDB e o PSD, do governador e vice, Pedro Taques e Carlos Fávaro, respectivamente, como as futuras maiores bancadas do Parlamento.
A tendência é que os dois partidos passem a ter, cada um, cinco deputados. O PSD, que hoje conta com José Domingos Fraga, Pedro Satélite e Gilmar Fabris (este último licenciado do cargo), deve receber Wagner Ramos e Ondanir Bortolini, o Nininho, atualmente filiados ao PR. Já o PSDB, que tem Wilson Santos, Guilherme Maluf e Saturnino Masson (também afastado das atividades), pode passar a contar com Leonardo Albuquerque (PDT – foto) e Baiano Filho (PMDB).
Com as mudanças, o partido mais prejudicado deve ser o PR. Hoje ainda com o maior número de representantes na Assembleia, a legenda, que ocupa cinco das 24 cadeiras disponíveis na Casa, pode perder até três parlamentares. Além de Wagner Ramos e Nininho, Emanuel Pinheiro pode sair. Embora afirme interesse em permanecer na sigla, o republicano vem sendo alvo de especulações quanto a uma possível troca. O partido mais cotado seria o PMDB. Desta forma, permaneceriam filiados ao PR apenas Mauro Savi e Sebastião Rezende.
O PMDB, por sua vez, é a legenda que tem a situação mais indefinida. Com a bancada atualmente composta por Romoaldo Júnior, Silvano Amaral e Baiano Filho (sendo que os dois primeiros estão licenciados dos cargos), tem uma baixa quase certa (Baiano Filho), mas pode vir a receber outros dois parlamentares: Janaina Riva (sem partido) e Emanuel Pinheiro. Acontece que nenhum destes dois confirma a migração. Janaina, que chegou a anunciar a data da filiação, agora quer esperar que os demais deputados se “acomodem” para avaliar, com clareza, em qual partido teria mais espaço.
Caso as mudanças se consolidem, os partidos da base do governo na Assembleia (PSB, DEM, PSD, PSDB e PV) passarão a contar com 16 deputados, quatro a mais do que elegeram no pleito de 2014. Para alguns parlamentares, no entanto, o acréscimo pode não significar uma mudança significativa na postura do Parlamento em relação ao Executivo. Isso porque boa parte dos deputados que devem aderir oficialmente à ala de situação já atuava nesse sentido, mesmo estando em partidos que não apoiaram a candidatura de Taques e Fávaro ao Palácio Paiaguás.