A deputada Janaína Riva (MDB), que ontem assumiu a presidência da Assembleia Legislativa após o pedido de licença de Eduardo Botelho (DEM), disse que não deverá ter dificuldade de relacionamento com o governador Mauro Mendes (DEM) durante o período de aproximadamente quatro meses em que ela estiver à frente do Legislativo. Apesar de ser de um partido da base de sustentação do governo, Janaína não apoiou Mendes na campanha do ano passado, já discordou de pautas discutidas este ano e, claramente, não mostra o mesmo entrosamento que Botelho tem com o Palácio Paiaguás. Mesmo assim, ela disse que terá bom relacionamento (até por acreditar que não chegarão projetos polêmicos) e garantiu que vai dar celeridade às pautas que forem urgentes.
“Eu já tive algumas conversas com o secretário [chefe da Casa Civil] Mauro Carvalho e eu sei que em vários momentos surgem pautas que a gente não está esperando, mas é claro que existe um compromisso de dar continuidade a este trabalho do Botelho, de votar de forma célere aquilo que é relevante. E aquilo que abrir espaço para uma discussão mais ampla, é claro que, democraticamente, como eu sempre exigi que eu fosse tratada aqui dentro da Casa, os deputados de oposição terão também este direito, mas respeitando os prazos regimentais”, declarou.
Janaína adiantou que uma de suas primeiras medidas será a retomada das negociações para socorrer a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, cujo repasse de R$ 3,5 milhões não foi efetuado. A maior dificuldade, na opinião da parlamentar, é a intervenção para destituir a atual diretoria do hospital, que não foi feita e Janaína fala em acelerar o processo para não sobrecarregar a prefeitura de Cuiabá, uma vez que grande parte dos atendimentos de média e alta complexidade é realizada em pacientes do interior.
“Para fazer repasse deveria ser feita uma intervenção que a diretoria [da Santa Casa] não concorda e isso deveria ser feito junto com o Ministério Público. Precisa ainda desse entendimento, mas, principalmente, com relação ao repasse da Assembleia, o problema ainda é com a diretoria da Santa Casa”, explicou.
Janaína também disse que trabalhos devem ser feitos na Saúde, para garantir os repasses atrasados do governo para os Consórcios, e na Educação, para investimentos que já têm Termo de Ajustamento de Conduta, cujos valores chegam a R$ 360 milhões e somente R$ 50 milhões estão provisionados.