A deputada Janaína Riva (MDB) devolve hoje a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso ao titular Eduardo Botelho (DEM) após 47 dias de exercício interino. Fortalecida no relacionamento com as instituições e com os colegas de parlamento, ela já projeta uma presidência definitiva, embora tenha cuidado para escolher as palavras e não atropelar o processo que é tão delicado, especialmente no Legislativo.
“Acho que sim [posso ser presidente], numa outra oportunidade, até porque isso precisa ser construído. Eu brinco que mudei muito à frente da Assembleia. Quando assumi a vice-presidência eu vi a diferença que faz você ter essa boa relação com os seus colegas de trabalho e com as instituições. Eu sinto que a cada dia que passa esse amadurecimento faz com que eu mais construa do que destrua ou desmobilize. Então acho que isso é um processo de construção natural. Eu não brigaria pela presidência, mas acho que construindo, através desse diálogo, acontece naturalmente”, avalia.
Janaína assumiu o lugar de Botelho no dia 17 de abril. O presidente saiu para tratar de assuntos pessoais e tinha previsão de retornar após quatro meses de licença, mas antecipou a volta. Neste curto período, Janaína enfrentou uma crise na Santa Casa de Misericórdia, uma greve dos professores ainda em andamento e o principal embate da atual gestão: brigou publicamente e atuou para a derrubada da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) proposta pelo deputado Ulysses Moraes (DC) para diminuir em 50% o valor vago a cada deputado com a Verba Indenizatória.
A deputada também comemora a produtividade legislativa. Nestes 47 dias, foram realizadas 27 sessões plenárias, sendo 20 ordinárias e sete extraordinárias convocadas pela presidente. Ao todo, 150 Projetos de Lei foram apresentados, uma PEC, 10 Projetos de Lei Complementar e 62 Projetos de Resolução passaram a tramitar. “Esses números são excelentes e demonstram a confiança dos parlamentares em mim. Por mais que às vezes essa atividade parlamentar em si tome bastante tempo do parlamentar que quer ficar em gabinete atendendo as pessoas, e isso é natural, mas essa chamada de ‘mãe’, de mulher, fez total diferença na hora de a gente produzir”, exemplifica.
Apesar de se orgulhar da produtividade, Janaína tem claro que deixou de atender como gostaria a base política, principalmente no interior, onde ela pretende estar mais presente quando volta à sua função de vice-presidente.