O senador Jaime Campos (DEM) discursou, hoje à tarde, no Senado, e criticou o governo Blairo Maggi pela “grave crise na segurança pública e falta de aptidão para promover uma profunda e eficiente reestruturação no setor. Os efeitos da apatia, afirmou, tornam Mato Grosso um dos territórios mais perigosos do país”. Jaime disse que apenas o fim da greve na Polícia Civil não reverte o quadro. “Mesmo com fim do movimento, este episódio deixa feridas expostas no relacionamento dos profissionais da Polícia Civil e a cúpula”, afirmou. Jaime disse que algumas informações vieram a tona “e deixaram a população perplexa com a falta de estrutura na segurança pública estadual. A greve mostrou apenas ponta do iceberg dos desacertos”, afirmou.
O senador disse que, mesmo com aumento aceito, os policiais mato-grossenses continuarão com menores salários do Centro-Oeste. Em Goiás, um policial ganha R$ 2,7 mil, em Mato Grosso do Sul, R$ 1,8 mil, no DF, R$ 6,5 mil e, em mato Grosso, com aumento aceito, o salário foi para R$ 1, 7 mil. Jaime afirmou apoiar projeto piso nacional para policiais
O senador criticou ainda a redução dos investimentos no setor. “Enquanto a criminalidade avança, o governo de Mato Grosso reduziu em 11,9% os investimentos (de 2007) na segurança pública. O governo deveria explicar por que diminuiu investimentos em setor tão vital. Ele citou dados segundo os quais o aumento do número de municípios em Mato Grosso não foi acompanhado pelo crescimento do número de delegados. Segundo o senador, há 20 anos havia 58 municípios e 214 delegados, enquanto hoje há 141 municípios e 207 delegados. Há comarcas e municípios sem delegados e déficit de agentes de polícia de até 200% e isso, em sua visão, “é muito grave”.
O senador Romeu Tuma (SP), que presidia a sessão do Senado, disse que “o desrespeito na área de segurança pública não atinge só seu Estado”. Para ele, o governo está de costas para este setor em todos os Estados.