O senador Jaime Campos (PFL-MT) afirmou há pouco, em Plenário, que o Brasil vive um estado coletivo de indignação diante da violência, ao tecer comentários sobre o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, divulgado no final do mês passado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI). O estudo aponta que alguns municípios mais violentos do país estão localizados em Mato Grosso.
“Tristemente, o município de Colniza converteu-se em sinônimo de violência e impunidade”, lamentou. Jaime atribuiu ao descuido de sucessivos governos federais com o planejamento de uma política fundiária conseqüente, o quadro de criminalidade no setor rural. “Deram às costas para o interior”, criticou o senador. “Em Colniza não se morre de bala perdida, mas de bala encomendada”.
Usando uma expressão forte, Jaime disse que na Amazônia, muitos pioneiros “misturam barro ao sangue” na tentativa de levar desenvolvimento à região. O parlamentar se revelou indignado com a violência no Noroeste mato-grossense, principalmente, depois de assistir reportagem no programa dominical ‘Fantástico’, que mostrou para o Brasil o “medo estampado no rosto das pessoas que vivem naquela localidade”. Para ele, o jornalista Caco Barcelos deu “luz e foco ao martírio” da população da região.
Antes de encerrar seu pronunciamento, Jaime Campos pediu a formação de uma comissão de senadores para verificar ‘in loco’ as causas da violência. Para ele, Mato Grosso precisa mostrar ao Brasil que “uma vida vale mais que um hectare de terra; que não existe cerca capaz de limitar a dignidade humana; e que a terra só é fértil quando produz paz e justiça social”.